25ª edição

Festival de Bumba Meu Boi será realizado neste sábado (27), em São Luís

Este ano, os homenageados são o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e mestre Marcílio Costa Rodrigues.

Na Mira, com informações da assessoria

Atualizada em 27/03/2022 às 11h12
O Bumba Meu Boi é uma das principais manifestações culturais do Maranhão.
O Bumba Meu Boi é uma das principais manifestações culturais do Maranhão. (Foto: divulgação)

SÃO LUÍS - O Bumba meu boi está no sangue e na alma dos maranhenses e neste sábado (27), vários grupos estarão reunidos na 25ª edição do Festival de Bumba Meu Boi de Zabumba, na Av. Newton Bello, no bairro Monte Castelo, em São Luís. Este ano, os homenageados são o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e mestre Marcílio Costa Rodrigues, dono do Boi Novo Capricho.

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Nesta edição tão festiva, o organizador Basílio Costa Durans lembra que, em 1995, os grupos de Bumba-meu-boi de São Luís estavam sem palco para se apresentar durante a quadra junina. Foi quando mestre Basílio teve a ideia de criar um espaço onde o sotaque de zabumba fosse o protagonista: assim nasceu o Festival.

Segundo ele, a homenagem ao Iphan é um agradecimento ao que vem sendo realizado pela salvaguarda desta tradição. “Uma instituição [Iphan] que tem muito a ver com nossa luta, nosso trabalho. A gente tem um trabalho em conjunto pelos grupos de Bumba-meu-boi, trabalho da salvaguarda. Então, a gente achou que é uma instituição importante de se homenagear”, explica o dono do Boi de Zabumba do Maranhão do Mestre Basílio.

Em 2019, o festival vai reunir 16 grupos de Bumba-meu-boi de Zabumba da capital São Luís e do município de Guimarães, Norte do estado. A vitalidade da manifestação, contudo, já esteve ameaçada, como lembra mestre Basílio. “A gente chegava nos arraiais e via a dificuldade que tinha para o grupo ser contratado. Quando começava a apresentação, as pessoas iam saindo”, conta. “Hoje, o povo para pra assistir o boi de zabumba. Foi uma forma de reanimar, uma resistência. Talvez, se não tivesse festival, hoje teríamos apenas três ou quatro grupos em São Luís.”

A mostra não é competitiva. Ao final das apresentações, os 16 grupos receberão um troféu pela participação em mais uma edição nas ruas do bairro Monte Castelo. O local em que o festival é realizado, por sua vez, é uma reconexão com a ancestralidade do boi: a avenida Newton Belo, no bairro, era conhecida como Areal, onde muitos grupos de boi já se apresentaram. Dada a importância da iniciativa para a cultura maranhense, em 2016 o festival recebeu o Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, do Iphan, maior premiação no campo do Patrimônio Cultural no Brasil.

Bumba-meu-boi

Teatro, dança e música, mitos e saberes compõem o Complexo Cultural do Bumba-meu-boi do Maranhão (pode incluir o link do registro), bem registrado como Patrimônio Cultural do Brasil, inscrito no Livro de Registro de Celebrações em 2011. Com matrizes no catolicismo popular e no cristianismo, o Bumba-meu-boi envolve a devoção a santos juninos como São João, São Pedro e São Marçal, mas também inclui cultos afrorreligiosos maranhenses como o Tambor de Mina e o Terecô, invocando um panteão de orixás, voduns e encantados nas celebrações que percorrem o estado.

O sotaque de zabumba ou Guimarães, protagonista do festival, é uma das singularidades do Complexo do Bumba-meu-boi. Destaca-se pelo ritmo acentuado, cujo elemento central é a zabumba, instrumento musical com feito em madeira e membrana de couro, ressoando um timbre grave. Esse sotaque também tem como característica o uso de pandeirinhos e maracás, resultando num ritmo acelerado e na dança composta por passos curtos. Além do zabumba, há os sotaques da ilha ou matraca, curupuru ou de costa-de-mão, da baixada e de orquestra. Há ainda grupos de boi que possuem estilos distintos distribuídos pelo interior do Maranhão.

Serviço:
Festival de Bumba-Meu-Boi de Zabumba
Data: 27 de julho de 2019, às 21h
Local: avenida Newton Belo, bairro Monte Castelo, São Luís (MA)

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