SAO LUÍS - Apesar do tema "identidade de gênero" ser tratado de forma crescente nos últimos meses, digamos que ele não é tão atual assim, na verdade só ganhou uma nova nomenclatura. Pessoas que não se identificam com o gênero que nasceram (biológico) sempre existiram e hoje sabemos que muitas meninas e meninos começam a manifestar questões de identidade de gênero logo na infância. Tomboy é um filme que fala exatamente sobre isso.
Com bastante naturalidade, nós somos introduzidos na vida de Laurie, que tem 10 anos e está passando por um momento complicado de adaptação, tanto na vida familiar quando na vida pessoal. Os pais acabaram de se mudar e a menina precisa se adaptar à vizinhança, principalmente às crianças do lugar com quem precisará conviver quando retornar às aulas.
Mas Laurie não é uma menina comum. Vestindo-se frequentemente com bermudas largas, camisetas folgadas e com os cabelos bem curtinhos, a menina é facilmente confundida com qualquer rapazinho de sua idade. O problema é que ela é realmente confundida com um menino por uma garota da vizinhança e, na ansiedade de se enturmar acaba mentindo e dando um nome falso. Assim, "Mickaël" se mete em confusão ao ser apresentando erroneamente aos outros garotos do bairro.
Com a vida dupla, Laurie agora precisa se redobrar em casa para manter o "disfarce". No lar, no entanto, parece que o pai lida muito melhor com o estilo de se vestir e agir da filha do que a mãe. A irmãzinha mais nova encara tudo com naturalidade, apesar de saber que a irmã mais velha é completamente diferente dela.
A pequena Jeanne, por sua vez, é a grande culpada por revelar a identidade da irmã e criar o grande momento dramático do filme. É nesse momento que nos sentimos realmente dentro da trama e nos perguntamos: "como será que ela vai se sair agora?"
Tomboy termina de uma forma leve e bem humorada, nos deixando um gostinho de recomeço e boas vibrações. Sem dúvidas, um filme que precisa ser assistido, para entendermos a questão da identidade de gênero e aprendermos com a inocência das crianças que não tem nada melhor do que ser você mesmo.
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