Crítica Na Mira

Tomboy: filme aborda identidade de gênero com delicadeza

Drama francês, de 2011, faz a gente se apaixonar pela história e torcer a cada cena.

Ingrid García / Na Mira

Atualizada em 27/03/2022 às 11h22
A atriz Zoé Héran deu vida à Laurie no drama francês.
A atriz Zoé Héran deu vida à Laurie no drama francês. (Foto: Reprodução)

SAO LUÍS - Apesar do tema "identidade de gênero" ser tratado de forma crescente nos últimos meses, digamos que ele não é tão atual assim, na verdade só ganhou uma nova nomenclatura. Pessoas que não se identificam com o gênero que nasceram (biológico) sempre existiram e hoje sabemos que muitas meninas e meninos começam a manifestar questões de identidade de gênero logo na infância. Tomboy é um filme que fala exatamente sobre isso.

Com bastante naturalidade, nós somos introduzidos na vida de Laurie, que tem 10 anos e está passando por um momento complicado de adaptação, tanto na vida familiar quando na vida pessoal. Os pais acabaram de se mudar e a menina precisa se adaptar à vizinhança, principalmente às crianças do lugar com quem precisará conviver quando retornar às aulas.

Mas Laurie não é uma menina comum. Vestindo-se frequentemente com bermudas largas, camisetas folgadas e com os cabelos bem curtinhos, a menina é facilmente confundida com qualquer rapazinho de sua idade. O problema é que ela é realmente confundida com um menino por uma garota da vizinhança e, na ansiedade de se enturmar acaba mentindo e dando um nome falso. Assim, "Mickaël" se mete em confusão ao ser apresentando erroneamente aos outros garotos do bairro.

Com a vida dupla, Laurie agora precisa se redobrar em casa para manter o "disfarce". No lar, no entanto, parece que o pai lida muito melhor com o estilo de se vestir e agir da filha do que a mãe. A irmãzinha mais nova encara tudo com naturalidade, apesar de saber que a irmã mais velha é completamente diferente dela.

A pequena Jeanne, por sua vez, é a grande culpada por revelar a identidade da irmã e criar o grande momento dramático do filme. É nesse momento que nos sentimos realmente dentro da trama e nos perguntamos: "como será que ela vai se sair agora?"

Tomboy termina de uma forma leve e bem humorada, nos deixando um gostinho de recomeço e boas vibrações. Sem dúvidas, um filme que precisa ser assistido, para entendermos a questão da identidade de gênero e aprendermos com a inocência das crianças que não tem nada melhor do que ser você mesmo.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.