Crítica

Crítico sobre Expresso do Amanhã: "vigorosa, bem dirigida"

Produção conta com Chris Evans, John Hurt e Tilda Swinton no elenco.

Em Cartaz

Atualizada em 27/03/2022 às 11h40
(Divulgação)

SÃO LUÍS - O ser humano nasce agarrado à crença de que pode ser quem desejar ser, estar onde desejar estar e ter o que desejar ter. No decorrer da vida, ao menos para a grande maioria de nós, esta ingenuidade é substituída pelo pragmatismo à medida que nosso leque de opções (sonhos) estreita-se e nos encontramos atrelados a substratos sociais pré-determinados muito antes de nossos pais se conhecerem. A razão para isto está na estrutura da sociedade em uma pirâmide de classes, em cuja larga base encontram-se os mais pobres e, no topo, os que detêm não só os meios de produção, como gostava de falar Karl Marx, mas também as chaves de acesso aos andares dessa pirâmide. Não que estes poucos tenham interesse em se misturarem com aqueles tantos debaixo de si, embora pudessem se quisessem, mas sim reforçam que isto jamais se torne realidade, através da força policial e sobretudo da política do medo. Em suma: quem nasceu na base provavelmente morrerá na base e esta será a herança deixada aos seus filhos e aos filhos de seus filhos. O mesmo aplica-se a quem nasceu nas áreas intermediárias ou no topo, e as raras exceções servem só para comprovar a regra e alimentar a vã esperança do sonho de ascender.

Quando transportamos a luta de classes para o plano horizontal, temos esse Expresso do Amanhã, bem-sucedido dentro dos critérios do cinema espetáculo, como também em função das reflexões que provocam. A trama, ambientada após a Terra chegar a uma nova era glacial por causa da irresponsabilidade humana e do descaso com o meio ambiente, ocorre inteiramente dentro do trem que carrega o que restou da raça humana. Nos superpopulosos vagões traseiros, estão as massas, que se alimentam de insetos, apesar de não desconfiarem disto, e do desejo de revolução contra os habitantes dos vagões dianteiros, interessados na única commodity ainda produzida: as crianças. Neste contexto, Curtis (Chris Evans) arregimenta os seus – dentre eles, Edgar (Jamie Bell) e Gilliam (John Hurt) – para avançar em direção à locomotiva e assumir o controle da máquina, que está nas mãos de seu idealizador, criador e principal investidor Wilford (Ed Harris).

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