Você sabia que:

Malhação do Judas pode ter origem pagã; saiba mais sobre esse ritual

O maior traidor da história é relembrado com bom humor no Sábado de Aleluia.

Na Mira

Atualizada em 27/03/2022 às 11h44
(Foto: Flora Dolores/O Estado)

SÃO LUÍS – A Páscoa é a celebração mais importante da Igreja Cristã, por ser a comemoração da morte e ressureição de Jesus Cristo. E, quando se fala da morte de Jesus, é difícil não se lembrar de Judas Iscariotes, o maior traidor da história, o qual traiu Cristo por 30 moedas de prata e, depois de se arrepender amargamente, acabou se matando enforcado.

Pois é, essa figura é relembrada até hoje no Sábado de Aleluia, nos países onde o cristianismo é a principal religião, quando as comunidades fazem a malhação do Judas.

Há diversas hipóteses para o surgimento do ritual de malhar o Judas. Uma delas, é que a malhação do boneco tenha origem nas religiões pagãs, a partir de cultos agrários e as festas da colheita. Durante essas ocasiões, o boneco representava uma divindade da vegetação e, por meio do fogo, haveria uma renovação da vida vegetal e garantia de boas colheitas. Esse ritual teria mudado de simbolismo a partir do sincretismo religioso, que unificou muitos rituais pagãos e cristãos ao longo do tempo.

No Brasil, a malhação do Judas, assim como outros eventos católicos, foi trazida pelos Portugueses. A brincadeira consiste em montar um boneco do tamanho de um homem com serragem, trapos e o que mais a criatividade mandar. Depois, uma espécie de procissão sai na madrugada do Sábado de Aleluia, gritando pelas ruas do bairro surrando o boneco. Em algumas cidades interioranas, as pessoas pedem esmolas e doações, cobrando pedágios para malhar o Judas. E, depois de uma noite de açoites, o boneco é queimado em alguns lugares e, em outros, ele fica exposto em um lugar bem visível por vários dias.

Uma característica bem marcante dessa brincadeira no Brasil, é que, nos últimos anos, o Judas tem sido representado por caricaturas de políticos de má índole, vilões de novela e criminosos famosos, mostrando a insatisfação do povo com as mazelas sociais. E, há lugares onde o Judas é a personificação de pessoas caricatas dos bairros, dando ao ritual um tom maior de brincadeira. Então, quem quer que seja representado como Judas, sem dúvidas, não é alguém que esteja agradando o povo!

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