Bichos de estimação

Alimentação Natural para cães e gatos ganha adeptos

Muitos apoiam a substituição da ração por uma dieta mais natural.

Jorge Martins / Imirante.com

Atualizada em 27/03/2022 às 11h51
A Alimentação Natural não é dar restos de comida e exige acompanhamento veterinário. (Foto: Otávia Melo)
A Alimentação Natural não é dar restos de comida e exige acompanhamento veterinário. (Foto: Otávia Melo)

SÃO LUÍS – Para quem cuida de um animal de estimação, garantir a saúde e o bem-estar do seu pet deve ser uma preocupação constante. Boa parte dessa tão desejada meta pode ser alcançada tomando os devidos cuidados com a alimentação. Nesse ponto, cada vez mais veterinários defendem uma dieta que se apresenta como alternativa à ração. Segundo esses profissionais, a prática do que se convencionou chamar de Alimentação Natural (AN) traz mais benefícios aos bichos.

“É importante lembrar que alimentação natural não é fornecer restos de comida caseira para os pets”, destaca a médica veterinária Iza Martinz. Ela ressalta que esse tipo de alimentação requer acompanhamento profissional, já que depende de conhecimentos anatômicos, fisiológicos e nutricionais de cada cão ou gato. A veterinária conta que, no Brasil, a AN vem ganhando força nos últimos 10 anos, com veterinários, criadores e tutores de animais estudando fervorosamente o assunto.

A Alimentação Natural como forma única de nutrição de pets não é um consenso entre veterinários. Segundo a Dra. Iza Martinz, alguns profissionais acreditam na ração seca como melhor forma de alimentar os animais, mas muita gente discorda. “Adeptos da alimentação natural afirmam que os benefícios superam as desvantagens”, pontua. A veterinária cita, entre as vantagens da dieta, a alta palatabilidade, a variedade de cardápios e sabores, a saúde da pele e do pelo, os dentes limpos e hálito saudável, a ausência de substâncias químicas como corantes e conservantes e a diminuição do odor e da quantidade das fezes.

Conhecimento é essencial

Alguns desses benefícios foram observados pela estudante de veterinária Raquel Albuquerque, que implementou a dieta com seus dois chihuahuas depois de ler muito sobre esse tipo de alimentação. Segundo a estudante, Toy e Meg estavam acima do peso e não conseguiam se adaptar a nenhuma ração no mercado. “Eles detestavam comer (ração) e sempre ficavam pedindo comida nos horários das refeições aqui de casa, sempre com fome”, comenta.

A estudante deixa claro que, antes de mudar a alimentação de seus cães, procurou uma veterinária especializada em AN, que prescreveu uma dieta especial chamada “Alimentação Natural Crua com Ossos”, que consiste em carnes desossadas, ossos carnudos, vísceras e vegetais cozidos e liquidificados. Os pets se adaptaram muito bem e Raquel está bastante satisfeita com sua decisão. “O Toy, que tem 13 anos de idade, um idoso praticamente, rejuvenesceu! Agora ele brinca que nem quando era filhote! E os dois emagreceram e agora estão no peso ideal para sua raça”, relata Raquel.

Esforço em nome do bem-estar

A veterinária Iza Martinz diz que a AN exige um esforço maior do criador. Segundo ela, algumas das desvantagens são o aumento no tempo do preparo dos alimentos, o fato de que as carnes precisam ser congeladas antes da sua utilização, ocupando muito espaço na geladeira ou freezer, além de depender do constante acompanhamento veterinário e de exames prévios.

Organização e conhecimento são essenciais na preparação das refeições. (Foto: Otávia Melo)
Organização e conhecimento são essenciais na preparação das refeições. (Foto: Otávia Melo)

Se o dono de cão ou gato não estiver disposto a ter mais trabalho, é melhor optar pela alimentação convencional. “Atualmente as rações existentes no mercado suprem as necessidades energéticas e nutricionais dos nossos pets e se tornaram uma maneira prática de alimentar os animais. Então é preferível usar uma ração de qualidade do que ofertar restos de comida humana, repletos de condimentos e conservantes”, explica Iza.

Esse esforço adicional, no entanto, não foi um problema para a professora Otávia Mello, que usa a Alimentação Natural com seus dois gatos há mais de um ano. “Meu único arrependimento foi não ter começado mais cedo”, comenta. Otávia relata que, no ano passado, um de seus gatos, o Arthur, teve vários problemas, inclusive obesidade e princípio de problemas renais.

Arthur e Baunilha têm dieta especial desde 2013. (Foto: Otávia Melo)
Arthur e Baunilha têm dieta especial desde 2013. (Foto: Otávia Melo)

Ela contas que, desde que começou a estudar o assunto e dar alimentação natural a ele, os rins voltaram a funcionar normalmente. “Ração nunca será um alimento adequado para cães e gatos, principalmente gatos, que são carnívoros estritos e precisam de pelo menos 70% de umidade em sua alimentação, e a ração seca possui aproximadamente apenas 7%”, destaca.

A dona dos gatos Arthur e Baunilha reconhece que existe uma certa dificuldade em encontrar alguns alimentos específicos da dieta dos seus pets, além de a preparação das refeições demandar um pouco mais de tempo. “Mas é tudo questão de se organizar, fazer uma tabela com o que deve ser comprado por mês e criar uma rotina, afinal o bem estar de um bichinho é obrigação de seu responsável”, defende.

A professora acredita que, no seu caso, a Alimentação Natural acaba sendo financeiramente mais vantajosa. Ela diz que chegou a essa conclusão ao se dar conta das despesas que teve com todas as visitas ao veterinário, exames e consultas feitas na tentativa de reverter os danos que a ração seca trouxe ao seu gato. Esse pensamento tem se tornando uma tendência entre criadores de pets, que levam em consideração o tipo de alimento que esses animais comiam antes de serem domesticados. Tudo com o devido acompanhamento veterinário.

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