Sucesso

"Muleque, té doido!" supera filmes de Hollywood e vira moda

Produção maranhense já reuniu milhares de espectadores em São Luís.

Gustavo Sampaio/Na Mira

- Atualizada em 27/03/2022 às 11h52
 Cenas e gravações de
Cenas e gravações de "Muleque, té doido!"/ Foto: Divulgação

SÃO LUÍS - Nem "X-Men: Dias de um Futuro Esquecido", nem "Malévola", e muito menos o drama romântico "A Culpa É das Estrelas". O longa que tem levado vários ludovicenses para o cinema desde o fim do mês passado é local: "Muleque, té doido!" já reuniu mais de 8.000 espectadores somente na capital maranhense, onde o filme é circulado. Em entrevista ao Na Mira, o diretor Erlanes Duarte e o ator e músico Dourival dos Santos - o "Nikima", comentaram sobre o sucesso do filme. "É surpreendente. Poderia ter passado só uma semana, mas já caminha para sua quarta", comemorou Erlanes.

Depois da sua pré-estreia somente para convidados no Teatro Arthur Azevedo (TAA), na Rua do Sol, no dia 18 de junho, o filme "Muleque, té doido!" só expandiu seus horizontes: estreou em cartaz em três cinemas da capital maranhense, como Cine Praia Grande, na Praia Grande, no Cine Lume, no Office Tower, e no Cinesystem, no Rio Anil Shopping; reuniu mais de 8.000 espectadores em três semanas de exibição; e caminha para uma inesperada quarta semana, tamanha a repercussão do filme.

O longa-metragem conta com mais de 40 pessoas no elenco, entre músicos e artistas circenses que nunca tiveram uma experiência no cinema, além dos figurantes. No elenco principal, estão: Dorivaldo dos Santos (Nikima); André Júnior (Guida Gue Vara); Erlanes Duarte (Erlanes); Renata Gomes (Laura); e Marcos dos Santos (Sorriso).

O filme conta a história de um grupo de amigos que pretende fazer sucesso com uma banda em São Luís. Para tanto, eles acabam encontrando, por acidente, um pergaminho que leva a um tesouro escondido na capital. Mal sabem eles que a cidade depende deles para ser salva de uma criatura mitológica gigantesca.

As aventuras e confusões de "Muleque, té doido!" nasceram, segundo conta Erlanes Duarte, da paixão pelo cinema. "A ideia [de produzir o filme] veio da paixão pelo cinema e, também, de retratar São Luís nas telonas. É uma comédia bastante escrachada e com muito divertimento. E vem dando muito certo", reforçou.

Deixar São Luís como o foco central do longa, inclusive, foi o ponto fundamental para que o filme tenha atingido tanta repercussão. Focar nas lendas da cidade, assim como nas dificuldades dos cidadãos e na maneira particular de resolver estes dilemas tornou o filme tal qual ele foi pensado: com uma cara bem maranhense. "[São Luís] acaba se tornando o grande sucesso do filme. Por que tem vários elementos próprios da cidade, como a Serpente, o reggae, o Bumba Meu Boi, a Gangue da Bota Preta", afirmou o diretor.

 Equipe do filme
Equipe do filme "Muleque, té doido!"/ Foto: Divulgação

As cenas foram gravadas em várias partes da capital maranhense, como no Centro Histórico e no Maracanã. Todo o processo de gravação, que levou um ano e quatro meses para ser feito, tem valido a pena, segundo conta o músico Dorivaldo dos Santos, intérprete do "Nikima". "Disputamos com grandes filmes em cartaz e o público tem comparecido em cheio. Voltando várias vezes ao cinema, levando a família. Ele [o público] tem aplaudido de maneira grandiosa", ponderou.

Diferente de algumas produções locais, o filme conta com quase duas horas de duração, o que chegou a espantar a produção do filme. Porém, o efeito no público foi outro. "O povo reclama porque acabou, mesmo sendo longo", brinca Erlanes Duarte, ao revelar que 3.500 pessoas assistiram ao filme somente na primeira semana de exibição, iniciada no dia 26.

Futuro: continuação e divulgação

O sucesso em São Luís foi tão grande que docentes ao redor do Brasil já se manifestaram em querer levar o filme para participar de mostras. Estudantes de São Paulo e uma professora de Santa Catarina revelaram o interesse na produção ludovicense. Para Erlanes, isso é apenas o começo. "Queremos levar para mostras, para eventos de cinema. Após sair de cartaz em São Luís, vamos tentar levar para outros Estados. (...) Houve uma demanda incrível para ver o que foi produzido aqui em São Luís. E isso fortalece a cena local [de cinema]", acrescentou.

Com todo o sucesso que vem colecionando, "Muleque, té doido!" encerra com um gancho para uma futura continuação. "O filme encerra uma história para iniciar o próximo filme" que, de acordo com a produção do longa, está em fase de roteirização e captação de recursos (recorrendo à Lei de Incentivo à Cultura). Ainda, segundo eles, as gravações devem ser iniciadas no começo de 2015. Este desafio, segundo Erlanes, será superado. "Se você tem uma galera empenhada, é possível fazer cinema de qualidade em São Luís".

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