Em Ritmo de Seresta

Historiador aborda história da música brega em novo livro

Pesquisador Bruno Azevêdo prepara livro sobre gênero que conquistou adeptos no MA.

O Estado

- Atualizada em 27/03/2022 às 11h52
Historiador aborda história da música brega em novo livro.
Historiador aborda história da música brega em novo livro. (Divulgação/Márcio Vasconcelos)

SÃO LUÍS - A história da música brega, especificamente a seresta cantada e dançada no Maranhão, é o que norteia o livro "Em Ritmo de Seresta", de autoria do historiador Bruno Azevêdo, com previsão de lançamento para o mês de setembro. Resultado de pesquisa do mestrado em Ciências Sociais, apresentado em 2012, na Universidade Federal do Maranhão (UFMA), a obra foi inscrita no edital APUB, da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (FAPEMA), reunindo 250 páginas e cerca de 50 fotografias assinadas pelo fotógrafo Márcio Vasconcelos. A obra será lançada em uma casa de seresta ainda não divulgada.

Os registros mostram casas noturnas, seresteiros em atividade, casais dançando, entre outros momentos captados em dias de baile. O livro inclui, também, registros de capas de discos antigos de seresta, seresteiros conhecidos na cidade, entre outros elementos. No livro "Em Ritmo de Seresta", Bruno Azevêdo busca compreender, entre outras coisas, o porquê de o gênero não ter sido reconhecido enquanto música local, já que se trata de um fenômeno musical genuinamente maranhense e que conquista adeptos a cada dia. Conforme Bruno Azevêdo, a identidade musical no Maranhão foi formatada apenas na década de 1980. “A valorização do bumba meu boi, por exemplo, deu-se na década de 1970. A questão da seresta é um elemento forte aqui no Estado, sem dúvida”, diz Bruno Azevêdo.

O autor, em sua pesquisa, constatou que a seresta é um gênero musical bastante apreciado por casais, os quais procuram as casas noturnas atraídos pela dança de salão, numa tentativa de resgate, também, dos tempos áureos das festas em clubes sociais, como o Grêmio Lítero Recreativo Português, Casino Maranhense e Jaguarema. De acordo com Azevêdo, os músicos dessa época converteram-se em seresteiros a partir dos anos 1990.

No livro, o autor cita os mais conhecidos representantes do gênero, inclusive aqueles que chegaram a se destacar nacionalmente, a exemplo do cantor Lairton, que estourou como Lairton e seus Teclados. Mas há também aqueles que marcaram uma época no Maranhão, como Júlio Nascimento, que gravou disco em ritmo de seresta, e Adelino Nascimento. “Eu me interessei por esse assunto por realmente gostar e pela curiosidade que ele desperta. Eu cresci no bairro Cohab, área próxima à Choperia Marcelo, famosa por suas noites de seresta”, disse Bruno Azevêdo, que pesquisou, também, no Kabão, conhecida casa de seresta localizada no Anel Viário.

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