Maranhão na Tela

Patativa será homenageada em curta-metragem nesta quinta-feira

Curta-metragem, de Tairo Lisboa, será exibido em duas sessões.

Na Mira / O Estado

Atualizada em 27/03/2022 às 11h58

Um registro de uma das figuras mais famosas do bairro Madre Deus, a compositora Patativa, deu origem ao documentário "Xiri Meu", do diretor Tairo Lisboa. O curta-metragem, um dos 10 selecionados pelo edital do projeto São Luís nos 4 Cantos, será lançado hoje em duas sessões. A primeira será às 18h30 no Cine Praia Grande e a segunda às 20h no Teatro Alcione Nazaré, ambos localizados no centro de Criatividade Odylo Costa, filho (Praia Grande) e com entrada gratuita.

O documentário foi gravado ano passado e tem 18 minutos de duração. De acordo com o diretor Tairo Lisboa, era uma vontade antiga trabalhar com Patativa. "Pensei em fazer um show dela já que também sou produtor de shows, mas pesquisando sua história vi que dava um bom documentário, foi quando surgiu o edital do projeto São Luís nos 4 Cantos, inscrevi o roteiro e fui selecionado", festeja o diretor.

Por ser uma figura muito livre, foi difícil amarar Patativa em um roteiro pré-definido. "Ela é muito solta, é uma Diva do samba e eu queria retratá-la assim mesmo, então as coisas foram acontecendo ela, de certa forma, foi nos guiando e fomos deixando, pois não queríamos algo engessado", diz Tairo Lisboa.

A produção é o primeiro documentário de Tairo Lisboa e o primeiro sobre Patativa que atualmente se prepara para lançar seu primeiro CD. Mesmo sem registro de suas músicas, a sambista é unanimidade não só no bairro Madredivino, mas entre artistas, boêmios e sambistas de São Luís.

Para o diretor, o documentário é uma grande oportunidade de retratar uma figura importante do samba e da cultura popular maranhense e autora de canções irreverentes e escrachadas. Uma delas acabou por dar origem ao título do documentário. "Xiri meu é uma das músicas mais famosas da Patativa, reconhecida por todos. E longe de ser uma letra imoral, é uma afirmação da mulher", justifica Tairo Lisboa.

Presença cativa das rodas de samba e outras manifestações da cultura popular em São Luís, a compositora é madrinha de diversos grupos de samba, como também é sempre lembrada e homenageada por blocos tradicionais, escolas de samba e compositores da terra.

De acordo com Tairo Lisboa, após o lançamento de hoje, o filme deverá ser exibido em alguns pontos que serviram de locação como a Feira da Praia Grande e, claro, a Madre Deus, onde ela encontra grandes amigos e percorre por locais significativos da sua vida como as sedes do grupo Fuzileiros da Fuzarca e da Escola de Samba Turma do Quinto.

Além de Patativa, integram o filme outros artistas e amigos que falam sobre a obra da compositora e da sua importância para o samba do Maranhão. O cantor e compositor César Teixeira e parceiros de Patativa, como o músico Saci e o artista plástico Fumaça, são exemplos.

Trajetória

Maria do Socorro Silva, Patativa nasceu na região do Mearim, no dia 5 de outubro de 1937, na cidade de Pedreiras (MA). Aos oito anos, mudou-se para São Luís, com o objetivo de estudar, passando a ser aluna semi-interna do Educandário Santo Antônio, situado no bairro Anil.

Sua entrada no mundo do samba deu-se como acompanhante das Turmas do Quinto, Cruzeiro e Fuzileiros da Fuzarca, sempre junto aos batuqueiros. Somente em 1980, é que ingressa como componente da Turma do Quinto desfilando na ala das baianas, a convite do seu companheiro Vavá, amo do boi da Madre Deus e diretor de harmonia daquela escola de samba.

Considerada uma das maiores artistas populares de São Luís, é uma das fundadoras da Companhia Barrica e também integrante e seguidora do Boi da Madre Deus.

Até hoje, o único registro do trabalho de Patativa é a música Colher de Chá, gravada pela cantora maranhense Lena Machado no disco Samba de minha Aldeia (2010). Apenas aos 75 anos de idade é que a compositora maranhense teve a oportunidade de gravar seu primeiro CD, que tem produção de Luiz Junior e deverá ser lançado ainda este semestre.

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