Saúde

Saiba quais são as complicações das varizes

As varizes podem causar dor, sensação de peso e inchaço nas pernas, principalmente, à tarde.

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Atualizada em 27/03/2022 às 12h10

O surgimento de varizes durante a gestação é um problema que incomoda e precisa ser levado a sério, principalmente, a partir do quarto mês, em razão das alterações que acontecem no corpo feminino. As varizes são dilatações das veias superficiais dos membros inferiores, que ocorrem por um mecanismo de aumento da pressão em seu interior. Na gestação, elas surgem devido à pressão do útero sobre a veia cava aumento de peso, alteração gravitacional, alteração hormonais entre outros e com o desenvolvimento do bebê e do útero, tendem a se tornar ainda mais evidentes.

Segundo o angiologista Ary Elwing (CRM-22.946), especialista em cirurgia vascular periférica e tratamento a laser, as varizes da gestação são mais comuns nas pernas, embora possam ser observadas em outras partes do corpo. “As varizes podem causar dor, sensação de peso e inchaço nas pernas, principalmente, no período da tarde. E a partir do momento que evoluem de grau leve para moderado, provocam piora dos sintomas. Manchas escuras acompanhadas de prurido, crises de eczemas, processos alérgicos e celulites crônicas (inflamação do tecido gorduroso) também podem surgir”, explica.

Ao contrário do que muitos pensam, a gestação não é a responsável pelo aparecimento das varizes, ela só piora um problema já existente. “Muitas vezes, as varizes são imperceptíveis porque estão abaixo da pele e são pequenas não causando dor. Isso faz com que a gestante, às vezes, nem saiba que é portadora do problema. E com o agravamento durante a gestação, muitas mulheres começam a associar o problema à gravidez, porém a gestação pode apenas agravar o quadro”, revela Ary Elwing.

As principais complicações

A causa para o agravamento das varizes está relacionada à ação dos hormônios, necessários para a manutenção da gestação. “A pressão que o útero exerce sobre a veia cava que passa ao lado da coluna vertebral, cria um obstáculo para a circulação de retorno venoso, que acaba se acumulando e dilatando os vasos sanguíneos dos membros inferiores. Além disso, o estrogênio e a progesterona podem piorar o quadro”, destaca o angiologista.

Além da dor e do inchaço nas pernas, se a gestante não seguir com alguns cuidados, as varizes podem piorar e causar outros problemas como:

Úlcera de estase: ocorre pelo sangue parado no vaso, levando a fragilidade do mesmo. “A úlcera venosa surge depois de longa evolução do problema de varizes. É uma ferida que pode ter uma grande extensão, até atingir grande parte da perna da paciente”, ressalta o angiologista.

Tromboflebite superficial: consiste na inflamação da parede da veia com formação de coágulo no seu interior. A veia torna-se endurecida, avermelhada, quente e muito dolorosa. “Quando esse processo ocorre nas veias safenas, o trombo pode progredir para o sistema venoso profundo e causar uma trombose venosa profunda e embolia pulmonar”, garante o angiologista.

Varicorragia: é caracterizada por um sangramento e rompimento de uma veia varicosa. Em geral ocorre naquelas dilatações venosas mais superficiais com parede muito fina.

Eczema varicoso: ocorre uma lesão avermelhada e descamativa na pele no terço distal das pernas. Acompanhado de prurido (coceira).

Hiperpigmentação: são manchas escuras que se localizam nos pés, tornozelos e terço distal das pernas causadas pelo depósito de produtos do sangue acumulado. Essas manchas interferem na estética e não desaparecem após a operação de varizes.

As varizes visíveis surgem lentamente. O edema começa a aparecer no final do dia, depois a pigmentação e o eczema se manifestam. Na fase mais avançada da doença, podem ocorrer as tromboflebites e a presença de úlceras e varicorragias. “As complicações mais frequentes são as tromboflebites, úlceras de perna, hiperpigmentações, eczema venoso, hemorragias, fibrose, dermatite ocre, infecções e a temível embolia de pulmão. Normalmente esses quadros ocorrem em pacientes em que o problema está presente por um bom tempo”, alerta o médico.

É possível impedir as varizes?

As gestantes devem aguardar o parto para iniciar um tratamento para as varizes. No entanto, é possível tomar algumas medidas preventivas para controlar este problema durante a gestação. “Fazer atividade física leve, como caminhada ou hidroginástica. Evitar o excesso de pressão sobre as pernas, não ficar muito tempo de pé, colocar as pernas ligeiramente elevadas ao sentar para facilitar a circulação sanguínea de retorno, usar meias elásticas e controlar o ganho de peso podem ajudar a controlar as varizes na gestação”, diz o angiologista.

Ao completar 90 dias pós-parto, as varizes tendem a diminuir. Porém, quando a gestante apresenta veias dilatadas nos membros inferiores durante a gravidez, ela permanecerá com o problema em algum grau, sendo necessário buscar tratamento. Depois de dois meses após o nascimento do bebê, se as varizes ainda persistirem é um sinal que devem ser tratadas. É preciso consultar um cirurgião vascular para comprovar o tipo, o aspecto, a localização e as possíveis complicações das varizes. “Um dos métodos usados para tratar as varizes antiestéticas é o laser transdérmico, um tratamento simples, rápido e muito efetivo que se realiza em sessões e sem necessidade de repouso. Já a escleroterapia química, também, é uma forma de tratamento em que se aplica uma substância para secar a veia. Esse tipo de tratamento só deve ser feito após o desmame do bebê”, afirma Ary Elwing.

Em alguns casos, as veias apresentam chances de regredir em três ou quatro meses após o parto, sendo desnecessário o tratamento.

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