Pelo terceiro ano consecutivo a Arcos Dorados, empresa que opera a Marca McDonald’s na América Latina, patrocina a PINTA Nova Iorque 2012. O evento, que acontece entre os dias 16 e 18 de novembro, é a maior exposição latino-americana de arte moderna e contemporânea dos Estados Unidos.

O apoio da Arcos Dorados se reflete na seleção de nove artistas de sete países da América Latina, organizada pelo crítico e curador Jacopo Crivelli, segundo a proposta curatorial “Indeterminação Fronteiriça”, que rastreia a poética de um trânsito entre o âmbito artístico e a vida, a partir de nove estratégias de criação.

Os artistas selecionados para a mostra deste ano são Cabelo, Dias & Riedweg e Willys de Castro (Brasil), Carlos Motta (Colômbia), Juan Iribarren (Venezuela), Luiz Maria Bedoya (Peru), Nicolás Guagnini (Argentina), Omar Barquet (México) y Ramón Miranda Beltrán (Porto Rico).

“O fio condutor dos projetos apoiados neste ano, de modo geral, é a relação entre a arte e a vida”, disse Crivelli. “Os artistas selecionados se relacionam com essa questão de modos muito diversos, alguns com uma atitude quase militante, outros aparentemente renunciando a uma postura política, pelo que teremos um conjunto de posições sobre o tema que considero complementar.”

“Apoiamos o evento porque ele revela os diferentes enfoques de expressões artísticas, da diversidade e da riqueza cultural que definem a região”, explicou Woods Staton, Presidente e CEO do McDonald’s. “Temos um forte compromisso com os artistas jovens da América Latina e o nosso apoio aos talentos da região nos coloca na vanguarda entre os que contribuem para a cultura latino-americana”, finalizou.

Os artistas participantes e suas obras

O tema da “Indeterminação Fronteiriça” foi utilizado por Luz María Bedoya (Peru, 1969) para descrever a sua obra, e é perfeitamente aplicável ao espaço de pinturas abstratas e fotografias de Juan Iribarren (Venezuela, 1956) – as janelas que filtram a mudança perpétua dos céus que as inspiram não são outras que as do seu estúdio em Nova Iorque.

Crivelli destacou também a participação de jovens emergentes como Ramón Miranda Beltrán (Porto Rico, 1982). “Na sua obra, o que interessa não é o espaço material, com blocos de cimento empilhados e impressos com imagens achadas em jornais frequentemente relacionados com distúrbios, mas o ato de posicionar o observador diante de um ‘resíduo’ do essencial: a força coletiva da indignação que se manifesta em uma ação, o contato com o tipo de pensamento que possibilita esse tipo de prática política.”

Essa fusão entre produção artística e ativismo social também aparece com intensidade variável nos vídeos e instalações multimídia do duo Dias & Riedweg (Maurício Dias, Brasil, 1964 e Walter Riedweg, Suiça, 1955), assim como nos projetos interdisciplinares de Carlos Motta (Colômbia, 1978), bem como na apropriação de estratégias “situacionistas” de Nicolás Guagnini (Argentina, 1966).

“Também é certo que as experiências com a abstração de um dos grandes mestres do movimento concreto brasileiro, Willys de Castro (Brasil, 1926-1988), referiam-se ao desejo de mesclar a arte e a vida, a criação artística e a produção industrial, a fim de construir uma sociedade mais justa e democrática”, disse Crivelli.

De forma concomitante ao domínio do espaço-tempo que De Castro transformou em ritmo, nas telas de Omar Barquet (México, 1979), a geometria se sonoriza, se inspira em partituras, mas de modo a traçar a pulsação de experiências interiores. O observador se posiciona diante de uma tessitura de um mundo íntimo. Em uma expressão formal muito diversa, os desenhos e os neons de Cabelo (Brasil, 1967), “estão relacionados com a atividade poética e musical do artista”, ressaltou Crivelli.

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