Volta por cima

Nanda Costa diz que era esnobada na adolescência

Extra Online

Atualizada em 27/03/2022 às 12h15

Nanda Costa aponta na ladeira de um condomínio no Itanhangá dirigindo um carrão, destes que falam idioma oriental, comportam ao menos sete coreanos e custam em média R$ 80 mil. Um bicho arrojado. Alguém diz que ela fica bem ao volante. Nanda sorri. Quando desce, aparece bem vestida e equilibra-se em saltos altíssimos. Em nada lembra Morena nesta aparição. Não fosse pelos saltos, que na ficção e na vida real enfeitam os pés 37 da atriz.

Em duas semanas, desde que estreou como protagonista de "Salve Jorge", os pés poderiam ter asas. Afinal, de uma hora para outra Nanda tornou-se a mulher que encanta o capitão vivido por Rodrigo Lombardi, a garota que come churrasquinho, dança funk até o chão e tem o corpo esculpido como manda a nova ordem nacional, dos tamanhos 36. Se não bastasse, ela é a mocinha durona do horário nobre.

Basta trocar dois ou três dedos de prosa para perceber que, apesar de todo o entorno e do glamour anunciado, Nanda, 26 anos, está com os dois pés fincados ao chão. Em dado momento é difícil saber onde termina Nanda e começa Morena. Mas árdua missão mesmo é descobrir quem é Fernanda.

— Ela fica preservada para que apenas a personagem se sobressaia — tenta despistar.

Mas a Fernanda não está armada. E, à medida que adquire segurança, se abre. Aos poucos, conta da infância em Paraty, onde nasceu e cresceu. Na pré-adolescência, quando via as amigas desabrocharem, ela se vestia de palhaço nas festas. Queria viver da arte que apenas intuía. E a turma zoava.

— Todo mundo ria de mim. Eu dizia que queria ser atriz e eles debochavam. Era um mundo distante, inclusive para mim — conta ela, que com 10 anos fazia bicos na lojinha da avó para justificar sua mesada: — Queria ter o meu dinheiro e decidir no que gastar. Comprava doce e sorvete pros amigos (risos).

Tinhosa, a libriana estava na quarta série quando pegou a mãe de surpresa e a fez prometer algo que poucas mães prometeriam.

— Ela estava lavando a louça, cheguei e pedi: "Mãe, quando eu estiver no colegial você me deixa estudar em São Paulo?". Ela, ali, concentrada na louça, disse "sim" — recorda a atriz, que, ao contrário da mãe, tem memória.

E ao chegar à oitava série, aos 14 anos, deu o ultimato:

— Ela tentou me fazer desistir durante o ano todo, dizendo o quanto seria difícil minha vida longe de casa. Não poderia brincar descalça na rua, andar de barco, ir à praia, ter família e amigos por perto... Mas sou determinada.

Na empreitada, contou com a tia que já morava em São Paulo, que, empolgada, assumiu a criação da menina. Cinco meses depois, ela morreria num acidente de carro:

— Foi muito duro. Estava no carro da frente e vi tudo acontecer... (se emociona). Fiquei sem chão, voltei para casa, para amparar minha família. A amava demais, ela me dava força para continuar.

De volta a São Paulo, Nanda morou num pensionato e, na fase "cidade grande", que durou seis anos, aprendeu a ter disciplina. Tinha que chegar às 23h ou as freiras fechariam o portão.

— O jeito era ir para a casa dos amigos, né? Foi uma época de solidão. Chegava e não havia com quem conversar. E tinha medo de ligar para casa e contar, porque sabia que eles não iam querer me ver sofrendo — justifica.

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