Dia dos Pais

Conheça vários tipos de Pai e veja qual se parece com o seu

Gisele Carvalho/O Estado

Atualizada em 27/03/2022 às 12h18

Ser pai é um aprendizado diário! Antes do nascimento do filho, o homem tem uma série de medos que, após a chegada do bebê, dão lugar a outros tantos receios em um ciclo que nunca acaba. Quando se tornam pais, os homens tendem a ficar mais responsáveis e maduros, segundo os especialistas. Mas, apesar dessa mudança de comportamento, alguns receios permanecem.

Abrir mão da própria individualidade e abdicar de uma parte da dedicação à carreira e à diversão para ser pai ainda são as principais preocupações da maioria dos homens. Segundo o psicanalista William Amorim, o grande desafio de quem tem o desejo de tornar-se pai é dividir a própria mulher com o filho, transmitindo à criança que sua mãe, antes de tudo, é mulher de um homem.

Presença

Pesquisas revelam que, na maioria das vezes, é a mãe que leva o filho ao médico, à escola, à igreja, às compras. Até mesmo para conversar, os filhos e filhas preferem as mães. Mas, mesmo com essa preferência, a presença do pai é fundamental na vida de uma criança.

Para William Amorim, essa relação pode ser explicada por Freud com o Complexo de Édipo. “É preciso um pai para que uma criança, menino ou menina, torne-se capaz de separar-se de seus pais e possa advir como sujeito. Graças à função paterna, podemos nos tornar pais e mães fundando uma nova família”, explicou.

No passado, a figura paterna era associada ao provedor da casa, preocupado com o sustento da família, enquanto a mãe ficava mais responsável pela educação dos filhos. Porém, este modelo tradicional de pai cede cada vez mais espaço para um pai mais moderno, estabelecendo novos tipos de relações entre pais e filhos.

Pai “grávido”

Na expectativa para a chegada do segundo filho - a primeira menina - Alex Sandro conta que já se sentia preparado para ter mais um filho quando recebeu a notícia da gravidez da esposa. Vindo de uma família de três irmãos, ele conta que sempre quis que o filho pudesse ter a mesma oportunidade que ele teve de conviver com outras crianças. O primogênito, Guilherme, está com 5 anos e escolheu o nome da irmã.

Os receios com a gravidez aconteceram apenas na chegada do primeiro filho. “O medo de não dar conta do recado, da responsabilidade de ter uma criança que dependerá de mim, que me verá como referência, foi o principal”, afirma.

Como o filho fica muito tempo sem a companhia dos pais ou de outra criança, é preciso compensar quando a família está reunida. Com a chegada de Mariana, ele quer aproveitar cada momento da melhor forma possível, com a experiência que já tem.

Pai companheiro

Vivendo há sete anos com o filho mais velho, depois de passar por um divórcio, Wilson Viana conta que sempre teve uma relação aberta com os dois filhos, que hoje têm 22 e 23 anos. Wilson é o tipo de pai moderno, que não se intimida quando o assunto é sair com os filhos e faz sucesso entre os amigos dos rapazes, que também são muito mais jovens que ele.

O pai companheiro conta que a relação com os filhos sempre foi aberta ao diálogo. “Como moramos só eu e o Wilson Filho lá em casa, nós somos muito próximos. Quando eu vejo que tem algo errado com ele, eu chamo para conversar. Mas quando o problema é comigo, ele também me dá conselhos. Já até ouvi dele que uma menina que eu estava a fim não seria legal para mim”, disse.

Pai de primeira viagem

Desde o susto inicial com a notícia da gravidez, Clecius Henrique Leite aprendeu muito com a paternidade. Hoje, o olhar é mais voltado para a família que se consolidou após o nascimento do primeiro filho.

Ele admite que alimentar e dar banho no bebê só foram tarefas executadas sem receio recentemente. Agora, a preocupação do pai é com exigências da vida moderna a que o filho estará sujeito durante seu crescimento. “Em vez de tentar trazer ele para o ‘meu mundo’, eu tento partilhar da ideia dele. Ele tem apenas 1 ano, mas tem muita coisa que já temos que pensar”, afirma.

Como a mãe Renata Nogueira passa muito mais tempo com o filho, passeios e brincadeiras são prioridade para o pai, assim como assistir a desenhos animados. “Quero que ele me associe com momentos bons, de felicidade. A parte chata desse objetivo é o choro toda vez que eu me afasto, como quando vou para o trabalho. Mas saber que ele sente minha falta assim também reconforta”, diz.

Pai de todos

Com sete filhos, seis netos e seis bisnetos, João de Deus é chamado de pai por todos os seus familiares. Ana Célia Ferreira, a primeira filha postiça, que na verdade é sua cunhada, foi adotada com 4 anos de idade, pois sua mãe havia falecido. Depois, mais dois filhos dela foram adotados pelo pai de criação.

Mesmo não sendo o pai biológico de tantos filhos, João de Deus nunca foi desobedecido por nenhum dos filhos, que são de várias gerações. Além dos horários para sair e chegar em casa, que eram seguidos à risca, os filhos postiços sempre atenderam às expectativas do pai em relação ao estudo, como ele havia sonhado por não ter tido a oportunidade de estudar na infância.

Pai tradicional

Autodefinido como “‘pai vigilante”, Circínio Rocha explica que as filhas, mesmo crescidas, ainda são sua maior preocupação. Para ir a uma festa, elas precisam pedir autorização do pai e passar uma lista de informações sobre as companhias que terão durante a noite, além de obedecer aos horários para chegar em casa.

Quando a questão é namorar, a preocupação com as filhas é a mesma. Segundo Circínio Rocha, os pretendentes das filhas precisam conversar com ele para que ele saiba se os rapazes trabalham ou são estudantes. “Elas são minhas duas joias preciosas. Se Deus me deu essas duas dádivas, eu tenho que continuar cuidando para não acontecer nada com elas”, afirmou.

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