Vestibular

Caloura guitarrista passa na USP e em mais 4 vestibulares para medicina

Irene passou na USP, Unicamp, Unesp, Unifesp e UFSCar. Fã de Green Day e Foo Fighters, ela quer montar uma banda de meninas.

G1

Atualizada em 27/03/2022 às 12h25

Irene Yamamoto, de 18 anos, aproveita seus últimos dias de férias antes de realizar dois desejos: começar o curso de medicina na Universidade de São Paulo (USP) e retomar as aulas de guitarra, que abandonou em 2011 para se dedicar ao vestibular. A estudante fã de Green Day, Foo Fighters e Avril Lavigne afirma que até agora só conheceu uspianos interessados em esporte, mas espera um dia conseguir montar uma banda só de meninas.

"Comecei a tocar guitarra porque gostava e sempre tive vontade. Tentei montar uma banda durante todo o colegial [atual ensino médio]", contou a caloura ao G1.

Além da aprovação no curso com maior nota de corte da Fuvest, ela também passou nos vestibulares para medicina na Unicamp, Unesp, Unifesp e UFSCar, onde entrou pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu) com uma média de cerca de 800 no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Na Fuvest 2012, ela acertou 78 de 89 questões válidas na primeira fase (uma das 90 questões da prova foi anulada).

O resultado nos vestibulares, que virou motivo de orgulho na família, principalmente do tio cardiologista, foi fruto de muito esforço e sacrifícios - o curso de guitarra, que ela faz desde os 15 anos, foi uma das atividades deixadas de lado por causa das apostilas do colégio Objetivo, onde Irene estudou.

Vaga em cinco públicas

A nova caloura estava dividida entre engenharia e medicina, mas acabou optando pela segunda por se identificar mais com biologia. Também pesou na decisão seu resultado animador como treineira na Fuvest 2011.

"Fiz 60 pontos [na primeira fase como treineira], com esse resultado resolvi arriscar", contou ela ao G1. Segundo ela, sete dos 40 colegas de sua sala também escolheram a carreira, mas apenas ela e uma amiga passaram na Fuvest.

A estudante disse que não sabe dizer ao certo qual foi o segredo de seu sucesso, mas afirmou que passou o ano passado todo "praticamente estudando". Aluna do Colégio Objetivo Integrado, ela tinha aulas regulares do terceiro ano do ensino médio entre as 7h10 e as 12h50 e, entre 14h e 17h, tinha aulas em um curso especial.

Mas Irene e seus amigos decidiram fazer mais. "A gente ficava no colégio estudando até as 21h, era mais fácil de se concentrar, e só parava para comer. Quando eu chegava em casa só descansava, nem dava para estudar mais", contou ela, que tinha como principal parceiro de estudos o namorado, que agora ingressou no curso de direito.

Foco nas matérias mais difíceis

Classificada na 14ª posição entre os 175 convocados na primeira chamada - a concorrência do curso foi de 51,18 candidatos por vaga neste ano -, a universitária disse que não tinha uma estratégia definida, e preferia estudar as matérias que os professores davam nas aulas do dia.

"Mas o que eu mais estudei no ano todo foi matemática, porque é a matéria mais difícil para mim."

De todas as provas que prestou, Irene considerou a Fuvest a mais difícil de todas, porque tem questões mais elaboradas. "Eu estava focando nisso", contou ela, que fez apenas os simulados do vestibular da USP, o que, segundo ela, fez com que as provas dos outros vestibulares parecessem mais fáceis.

Mesmo assim, toda essa preparação não ajudou a controlar os nervos nos dias que anteceram as provas da Fuvest. "Durante a semana eu sempre ficava ansiosa, mas depois que começava a prova já estava mais tranquila."

Escolha certa

Apesar de ter um tio cardiologista, que também lhe incentivou a seguir a profissão, Irene contou que ainda não sabe em qual área da medicina vai se especializar. "Estou em dúvida entre várias, por isso prefiro entrar na faculdade e decidir depois", disse.

A primeira impressão que a caloura teve da Faculdade de Medicina da USP foi a melhor possível e reforçou a convicção da jovem em relação à USP. A simpatia dos veteranos e o fato de ela não ter sido submetida ao trote tradicional - segundo ela, os veteranos preferem aproveitar a semana de calouros, no fim do mês, para as brincadeiras - serviram para que aumentasse ainda mais sua vontade de estudar lá.

Uma das atividades oferecidas na faculdade da qual ela pretende participar é o cursinho popular MedEnsina, criado e gerido pelos próprios universitários sem custo algum para os vestibulandos de baixa renda aprovados no processo seletivo para o cursinho. "Estava pensando em participar, quero aproveitar que o conhecimento do vestibular está fresco para passá-lo para outras pessoas."

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.