SÃO LUÍS - A Batuque Brasil entrará hoje no ritmo de um bom arrasta-pé para sediar o VI Tributo ao Rei do Baião, que terá início ao meio-dia e vai se estender até a noite. O evento reunirá 24 grupos de forró do Maranhão, além de poetas populares. Ao som do acordeon, da zabumba e do triângulo, o público dançará e relembrará os maiores sucessos de Luiz Gonzaga nas vozes e instrumentos dos grupos locais. À noite, o salão ainda receberá três representantes da música nordestina nacional, considerados ícones do baião no Brasil: Joquinha Gonzaga, Flávio José e o grupo Os Três Poderes.

Uma das principais atrações da noite, João Januário Maciel, o Joquinha Gonzaga, sobrinho de Luiz Gonzaga, gravou seu primeiro disco pela gravadora Top Tape, intitulado Forró Cheiro e Chamego. Em seguida, a convite de seu tio Gonzagão, viajou em uma turnê pela Europa e participou de muitos outros shows, como artista convidado do Rei. Sua maior alegria foi receber o primeiro diploma, quando Gonzaga o apresentou ao público, “registrando-o” oficialmente como seguidor cultural da família de sanfoneiros. Em 1989, Joquinha gravou seu segundo disco interpretando músicas do seu tio. Foi quando passou a cantar as músicas do Rei do Baião, para assegurar seu espaço artístico no Nordeste e, principalmente, no sertão pernambucano.

Flávio Jose, por sua vez, é um dos artistas mais autênticos da sua geração. Um verdadeiro artesão do forró, matéria-prima da melhor tradição musical nordestina. Forrozeiro com estilo, ele consegue manter-se autêntico, atemporal e original, produzindo um forró diferenciado, ao mesmo tempo, chique e popular. Descendente de uma família de músicos, ele nasceu em Monteiro (PB), e aos 7 anos já se iniciava no universo das teclas. Aos 10 anos, já tocava seu pequeno fole de 24 baixos, animando as festinhas do lugar. O cantor coleciona 17 CDs, milhares de shows e eventos.

Dia do Forró - O grupo Os Três Poderes é conhecido nacionalmente pela música “É proibido cochilar”, cuja canção é uma das mais tocadas por trios de forró em todo o Nordeste. O grupo atravessou quase quatro décadas, tendo 36 anos de carreira, 40 discos produzidos, um CD e mais de 300 músicas gravadas. “De geração em geração, os Três do Nordeste vão superando os desafios dos forrós eletrônico, universitário e estilizado. A autenticidade da raiz do forró é a nossa referência. Já a humildade é a nossa marca. Acredito que, por isso, permanecemos”, disse Parafuso, zabumbeiro do grupo.

Este ano, o tema é “A preservação do forró no Estado em que nasceu João do Vale”. Criado por seguidores de Luiz Gonzaga, o projeto visa ainda garantir a divulgação de canções poéticas em xote, xaxado, baião e o verdadeiro forró, que em pouco tempo se transformou em uma riqueza cultural enraizada na terra do bumba-meu-boi. Com a homenagem, o Maranhão antecipa, em todo o Brasil, as comemorações do Dia do Forró (13 de dezembro), data de aniversário do Rei do Baião. O tributo já integra a programação de fim de ano da capital maranhense.

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