Teste de colesterol pode prever com mais precisão ataques do coração

Agência AP

Atualizada em 27/03/2022 às 15h00

MUNIQUE – Um simples teste que examina o colesterol ruim mais de perto pode ser mais confiável na previsão de quem vai sofrer um ataque cardíaco, indica nova pesquisa.

Os testes atuais medem o total de colesterol e a quebra do colesterol bom, HDL, e do ruim, LDL. Esse novo teste olha para as moléculas do colesterol ruim, relacionando-o com a proporção do outro colesterol.

O teste, discutido nessa terça-feira na reunião anual da Sociedade de Cardiologia da Europa, não medem o equilíbrio entre o colesterol LDL e HDL, mas a relação de pequenas partículas de LDL com partículas de bom colesterol.

As partículas ruins são chamadas moléculas apolipoprotein B e as boas são chamadas moléculas apolipoprotein A1. Uma razão de 1 para 2 é considerada de baixo risco, enquanto uma razão 1 para 1 vai ser considerada de alto risco, e qualquer coisa acima disso – onde as partículas de LDL iriam dominar – seriam de grande risco.

Se o LDL é feito de partículas pequenas, é ruim porque elas são densas e estão construindo bloqueios de placa. As grandes são mais facilmente carregadas pela corrente sanguínea.

O teste foi usado em um importante estudo investigando as causas dos ataques de coração porque os pesquisadores suspeitaram que isso poderia prever melhor o problema de coração do que os testes padrões de colesterol. O estudo acompanhou 29 mil pessoas em 52 países, examinando 15 mil pessoas que tiveram o primeiro ataque cardíaco e compararam-nos com alguém da mesma idade, sexo e localização que não tinham tido o problema.

Isso descobriu que o teste padrão de colesterol não correspondia bem aos ataques do coração, mas que o novo método era um indicador melhor. Uma razão alta de pequenas células de LDL com bom colesterol virou o fator mais importante ligado ao risco de ataque de coração, antes mesmo do fumo.

Os pacientes com os piores resultados no teste eram quatro vezes mais propensos do que aqueles com a melhor pontuação para terem ataque cardíaco.

“Globalmente, 50% do risco de ataque cardíaco é previsto pela razão B/A1”, disse o líder do estudo, Dr. Salim Yusef, professor de medicina da Universidade McMaster no Canadá.

“Eu fiquei impressionado”, disse o Dr. David Wood, cardiologista do Hospital Charring Cross em Londres, que não esteve conectado com a pesquisa. “Isso fez uma significante contribuição independente sobre a previsão do risco do que os outros testes.”

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