Pesquisa revela que jovens querem mais campanhas sobre sexo

Atualizada em 27/03/2022 às 15h28

Os jovens brasileiros querem mais campanhas de educação sexual nas escolas. É o que revela a pesquisa Voz do Adolescente, do Unicef, realizada com 5 mil jovens de 12 a 17 anos de todo o país e divulgada nesta manhã, durante a teleconferência "Educação Sexual nas Escolas - Vamos Desvender este Mistério", promovida pelo Ministério da Educação.

O universo pesquisado, segundo relato na teleconferência, é representativo da opinião dos mais de 21 milhões de adolescentes brasileiros.

Na pesquisa, eles dizem ver o País como violento, contraditório e injusto, características estendidas ao terreno da sexualidade, já que os jovens são expostos aos riscos do sexo sem camisinha e à gravidez precoce e indesejada, com prejuízo para a vida pessoal e escolar deles.

Eles admitem, no estudo, que as informações mais esclarecedoras são, em primeiro lugar, vindas da família; em segundo, da escola; terceiro, de amigos e da mídia; e, por último, de postos de saúde.

Quando são consideradas as classes sociais é observado que quanto menor a renda menos os jovens conversam sobre sexualidade, sendo que os interlocutores, entre os adolescentes que admitem ter discutido a própria sexualidade, foram em primeiro lugar os amigos, seguidos dos familiares, namorados e professores.

O estudo demonstra ainda que a gravidez é uma realidade para um sétimo dos jovens de 12 a 17 anos, no Brasil, e que muitos deles optaram pela interrupção da gestação utilizando os serviços de clínicas ou profissionais clandestinos.

A consultora Neli Gonçalves de Melo, do MEC, disse que o tema sexualidade nas escolas é "transversal e delicado" e que é fundamental a participação da família e da comunidade, assim como de psicólogos e médicos "que possam transformar os jovens em cidadãos críticos e informados".

“A escola é um espaço importante para a preparação dos jovens e da sua sexualidade na vida adulta, além de ser um local que eles confiam. Portanto, é o momento de discutir o envolvimento do corpo docente, seja ele da área de ciências, química, matemática e física, na questão da educação sexual dos adolescentes.

É um projeto sistemático e contínuo que visa ajudar os jovens na questão da sexualidade”, explicou.

Tereza Conforto, psicóloga especialista em educação sexual, disse, por sua vez, que desde 1996, existe um projeto de capacitação de professores em sexualidade.

Um curso de 180 horas, cuja metodologia é trabalhar a auto-estima; sexualidade na infância e na adolescência; drogas; Aids; métodos contraceptivos; doenças sexualmente transmissíveis (DST); a descoberta do próprio corpo; entre outros pontos.

Durante a teleconferência, cuja mediadora foi a jornalista Leda Nagle, também foi apresentado o projeto Amor à Vida, de Educação Sexual para a Cidadania, desenvolvido em escolas públicas e centros comunitários dos bairros periféricos de Fortaleza (CE) e no interior do estado.

O programa discute de forma construtiva e, em diferentes espaços, a questão da sexualidade na adolescência.

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