Descoberta de brasileiro deve abreviar tempo para vacina contra Aids

GloboNews.com

Atualizada em 27/03/2022 às 15h28

SÃO PAULO - O médico patologista brasileiro Ricardo de Oliveira patenteou nos Estados Unidos e na Europa a descoberta de uma subclasse de imunoglobulinas que, segundo ele, possui ampla aplicação no diagnóstico e na terapêutica de doenças causadas pelo HIV, o vírus da Aids. Diretor do laboratório Salomão & Zoppi, de São Paulo, Oliveira registrou a patente - um feito inédito para um brasileiro que pesquisa a cura para a Aids - juntamente com os cientistas franceses Jean-Claude Chermann, co-descobridor do HIV, e com Camille Haslin.

A equipe, que reúne ainda outros sete profissionais de vários países do mundo, sob a liderança de Chermann, acredita que a descoberta da subclasse de imunoglobulinas que reage contra o R7V (parte específica do vírus) pode também abreviar o tempo para se chegar à vacina contra a Aids.

Segundo o médico brasileiro, o anti-R7V é um anticorpo pertencente à subclasse IgG3. Oliveira salienta que foi descoberto um tipo novo de IgG3, 'diferente daqueles que a gente conhece, com um peso molecular muito menor'. Tal anticorpo está presente no organismo de pessoas que não desenvolvem a Aids.

- Quando o vírus entra na célula, ele incorpora uma proteína da célula, se não ele não consegue entrar. É como se alguém quisesse entrar em um auditório lotado. Vamos colocar um crachá no R7V, e o anticorpo é a bala que vai matar esse indivíduo identificado - afirmou.

A descoberta também abre perspectivas para o tratamento de moléstias produzidas por outras formas de vírus, como o herpes, alguns casos de leucemia, doenças auto-imunes, entre outras, de acordo com o patologista.

Segundo Oliveira, uma vacina deverá induzir a produção do anti-R7V no organismo de pessoas que não têm esse anticorpo natural presente em alguns indivíduos, para elas não desenvolvam a Aids. O médico disse que a pesquisa está encerrada e agora depende de alguma empresa farmacêutica iniciar os testes, para a produção de uma vacina.

Ele destacou ainda que a sua pesquisa não exigiu investimentos muito expressivos.

- Como toda boa ciência, é preciso de sorte e observação. Foi muito mais trabalho do que investimento - acrescentou - Oliveira.

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