Com lápis, papel e muita criatividade, cartunistas de todo o Brasil resolveram falar de guerra para pedir paz. O livro Humor Pela Paz e a Falta que Ela Faz, da editora Virgo, traz trabalhos de 29 profissionais gráficos, entre eles Djalma Lúcio, único maranhense a participar da edição.

Usando bom humor e irreverência, o livro marca a volta de Djalma Lúcio ao mundo dos cartuns. Afastado por um tempo da atividade – ele é vocalista da banda Catarina Mina – Djalma produziu cinco desenhos especialmente para o livro. “É uma espécie de retorno e que vai marcar minha volta ao cartum”, declara Lúcio.

Dono de um traço que começou a ser ‘desenhado’ na infância - quando lia quadrinhos nacionais e, posteriormente, aperfeiçoado com a inclusão de leituras de europeus -, o jovem artista sempre manteve um pé nas artes visuais. Não é à toa que a banda Catarina Mina tem uma linguagem visual marcante que também leva a assinatura de Djalma Lúcio, assim como de outros integrantes, caso de Bruno Azevedo (conta baixo).

O início da trajetória se deu ainda muito cedo. Os primeiros traços foram impressos em jornais estudantis e cartilhas educativas. Com apenas 16 anos, o cartunista foi selecionado para o Salão de Humor de Volta Redonda (1995). Depois disso, seus trabalhos foram expostos em vários outros eventos do gênero. Entre eles o Salão Nacional de Piracicaba e o Concurso Nacional de Charges.

Em São Luís, participou de edições da Mostra Maranhense de Humor (realizada pela UFMA) e do Concurso de Quadrinhos do Sesc, em 1998, no qual arrebatou o primeiro lugar.

Atualmente, Djalma Lúcio produz ilustrações para campanhas publicitárias e colabora com quadrinhos em publicações independentes. Para ele, o Maranhão possui bons representantes na área do humor gráfico, com um time de artistas premiados em diversos salões não só no Brasil como no mundo. Um dos principais representantes desta arte do traço é o cartunista Érico Junqueira, primo (em segundo grau) de Djalma e premiado internacionalmente.

O fato dos dois artistas pertencerem à mesma família, porém, não significa que o mais novo recebeu influência do mais velho. Djalma afirma que, embora sendo parentes, ele conheceu Érico somente aos 13 anos, época em que estava “com o traço já definido”, como afirmou.

O jovem artista se diz admirador do trabalho do primo. “O Érico está sempre evoluindo, dá para se notar a diferença do traço dele de um ano para o outro, e isso é muito positivo”, destaca. Os dois cartunistas também costumam trocar ‘figurinhas’ e informações sobre o mundo do humor gráfico. “Sempre que ele tem informações sobre concursos, me passa. Estamos sempre conversando”, ressalta.

Lançamento – O livro Humor Pela Paz e a Falta que ela Faz foi organizado pelo também cartunista Mário Mastrotti, em sistema de cooperativa. “Cada cartunista compra uma quantidade de livros e ajuda a bancar a edição”, detalha Djalma Lúcio. Em São Luís, a publicação deverá ser lançada na segunda quinzena de outubro.

Prefaciado por Angeli, um dos maiores nomes da arte do cartum no Brasil, o livro aborda desde situações de violência diária no país até as atrocidades cometidas no Oriente Médio. No traço do maranhense, o desejo de todos por um mundo melhor.

Nomes como Alecrim, Ronaldo Cunha Dias, Orlando, Samuca, Tako X, Luigi Rocco, Antonio Eder, Edgard Guimarães, Heringer, Seri, Fernandes, Lailson, Fred, Gilmar, Arionauro e Custódio colocaram seus traços a serviço da paz.

Para facilitar a leitura, o organizador lançou mão de recursos como uma pequena biografia de cada cartunista, acompanhada de uma caricatura. Humor pela Paz e a Falta que Ela Faz é o terceiro livro de cartuns publicado por Mastrotti. Em 2000, ele lançou Humor Brasil 500 anos, que também contou com a participação do maranhense Djalma Lúcio. No ano seguinte, foi a vez de 2001 – Uma Odisséia do Humor. Todos foram editados pela Virgo.

A editora prepara o título Isto é Um Absurdo!, As “Maravilhas” de Um País Chamado Brasil, que será lançado em breve e reunirá trabalhos de cartunistas que trabalham com o tema.

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