Harrison Ford defende em Veneza seu papel polêmico em 'K-19'

Reuters

Atualizada em 27/03/2022 às 15h31

VENEZA - Harrison Ford defendeu no domingo seu polêmico retrato de um capitão russo de submarino em ”K-19: The Widowmaker”, um filme fortemente criticado pela tripulação original da verdadeira história que inspirou o longa-metragem. Segundo os créditos, ”K-19” se passa a bordo de um submarino nuclear soviético que quase derreteu em 1961. Para evitar um desastre nuclear, o capitão e a tripulação correm contra o relógio para reparar um reator.

Ford faz o papel do capitão Alexei Vostrikov - nome fictício -, um militar sem coração na chefia do K-19 em sua viagem para levar a cabo um importante teste com mísseis.

Mas integrantes da tripulação original disseram que o retrato do capitão é ”ridículo e absurdo”.

”K-19” foi exibido no 59o Festival de Cinema de Veneza, embora não faça parte da competição. A diretora, Kathryn Bigelow, Ford e o ator irlandês Liam Neeson compareceram ao evento para promover o filme.

- Quando começamos a rodar o longa, houve algumas perguntas entre a tripulação sobre nossas motivações e nós nos encontramos com vários dos sobreviventes e... revelamos nossa intenção de reconhecer o sacrifício que aqueles homens fizeram - disse Ford numa coletiva de imprensa.

No entanto, sete membros da tripulação do submarino, muitos dos quais têm sido contra o filme desde que viram o primeiro rascunho do roteiro, enviaram uma carta aberta a Veneza.

- Estamos surpresos e tristes que o Festival de Cinema de Veneza escolheu dar a ’K-19: The Widowmaker’ sua premiére européia - afirmaram os tripulantes na carta enviada aos produtores do filme e ao elenco, assim como aos organizadores do festival. - Dolorosamente imaginável para nós que este filme será considerado uma referência sobre a qual a nova geração de espectadores, incluindo nossas próprias crianças, irão formar idéias sobre nós e sobre nossos camaradas.

As cenas mostrando a tripulação como bêbados incompetentes foram deixadas de fora do roteiro final. Bigelow disse que nem todos os sobreviventes reclamaram do script.

- Eu passei bastante tempo entre 1995 e 2000 encontrando os sobreviventes enquanto fazia o roteiro. Em muitos dos meus encontros eu me vi sendo abraçada por eles, que diziam com lágrimas nos olhos que eu devia contar sua história - comentou a diretora.

Neeson disse que tinha escutado apenas relatos positivos dos sobreviventes, mas afirmou que a intenção nunca foi fazer um documentário.

- Teve que existir alguma licença dramática - afirmou.

Apesar da polêmica, ”K-19” não vem sendo um sucesso de bilheteria, ao contrário de outros filmes de Ford, como ”Guerra nas Estrelas” e ”Indiana Jones”.

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