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Mãe de criança com deficiência, além do amor, tem dedicação total ao filho

Nery Leite abandonou a profissão de técnica em enfermagem para dedicar a criação do seu filho que tem paralisia cerebral e Joelma Nascimento está há sete meses acompanhando o seu filho em um hospital da capital.

Imirante.com

Atualizada em 08/05/2022 às 08h42
 Nery Lette e seu filho Jhonata Costa Leite Silva, também conhecido como Jhon Jhon, e Francisco Davi e a sua mãe Joelma da Silva.(Foto: Divulgação)
 Nery Lette e seu filho Jhonata Costa Leite Silva, também conhecido como Jhon Jhon, e Francisco Davi e a sua mãe Joelma da Silva.(Foto: Divulgação)

SÃO LUÍS - Ser mãe é doar a sua vida, seu tempo, sua força e a sua juventude para criar, amparar e proteger os seus filhos. Esta definição de mãe se enquadra perfeitamente na vida de Nery Lette Pacheco Costa Leite, de 50 anos.

Ela há mais de uma década teve que deixar a profissão de técnica em enfermagem e vendedora para se dedicar de forma integral na criação do seu filho, Jhonata Costa Leite Silva, também conhecido como Jhon Jhon, de 12 anos. Ele tem paralisia cerebral.

Nery Leite disse que após o nascimento de Jhon Jhon a vida dela acabou mudando completamente, precisou de abdicar de muitas oportunidades, principalmente, no campo profissional e aprendeu ainda mais o significado do amor materno. “O amor de mãe é algo divino e imensurável, pois, mãe de fato se doa de corpo, alma e coração para o seu filho”, frisou a mãe de Jhon Jhon.

Nery Lette e seu filho Jhonata Costa.(Foto: Arquivo pessoal)
Nery Lette e seu filho Jhonata Costa.(Foto: Arquivo pessoal)

Paralisia cerebral

Nery Leite teve o seu filho em uma maternidade pública, em São Luís. Ela disse que Jhon Jhon após ter nascido teve paralisia cerebral, mas, somente ficou sabendo quando a criança estava com quatro meses de idade.

Quando ela recebeu alta da maternidade teve apenas a informação que o seu filho teria um pequeno retardo, principalmente, na fala e na locomoção, mas, ao passar dos meses a criança começou a sentir as complicações provenientes da paralisia cerebral. Uma delas, as constantes crises convulsivas.

Ela declarou que começou a pesquisar mais sobre essa deficiência neurológica que afeta diretamente o desenvolvimento motor e cognitivo da pessoa. Como ainda procurou os tipos de tratamento adequado para o seu filho ter uma vida sem muitas complicações de saúde. 

No momento, Jhon Jhon é assistindo por neuropediatra, fonoaudiólogo e terapeuta ocupacional, mas, já participou até mesmo do programa de “Ecoterapia” que é desenvolvido pela Polícia Militar. “Esse tipo de tratamento utiliza cavalo na reabilitação do paciente”, frisou a mãe de Jhon Jhon.

Superação

A palavra superação sempre serviu de base na vida de Nery Leite e de Jhon Jhon. Ela contou que o seu filho com o tempo desenvolveu a sua própria linguagem e sendo compreendida pelos seus familiares, inclusive, pelo pai dele, Reginaldo Silva, de 39 anos. “Como Jhon Jhon não fala, mas, por meio de gestos feitos por ele, então, conseguimos saber o que está querendo”, explicou Nery Leite.

Nery Leite contou que Jhon Jhon é aluno de uma escola próxima a sua residência apesar das suas limitações provenientes da paralisia cerebral. “Fizemos questões dele ir ao colégio e ser um estudante assíduo. Ele precisa ter esse contato com a escola e até mesmo com as crianças da idade dele, pois, isso é de suma importância para o seu desenvolvimento”, frisou.

Ela afirmou que o amor que sente pelo seu filho serviu de força para vencer um câncer de mama. “Descobri que estava com câncer e todas as vezes que iria fazer o tratamento como até mesmo no dia do procedimento cirúrgico pensava positivo. Eu sabia que iria ser curada, pois, tinha a ciência que o meu filho precisa 24 horas de mim para sobreviver e ser amado”, comentou a mãe de Jhon Jhon.

Ela também disse que no momento o seu filho possui um canal na internet em que posta o seu vídeo para servir de incentivo para outros pais que possuem filhos com algum tipo de deficiência. “O meu filho fica radiante de felicidade quando grava os vídeos e são postos na internet. Não posso mudar o mundo, mas, eu e o meu filho podemos fazer a diferença compartilhando esses vídeos no campo da tecnologia e ajudar os outros pais a lidar com o seu filho que possui alguma deficiência”, contou Nery Leite.

Companheiro diário

“O meu filho é o meu companheiro de 24 horas”, afirmou Joelma Rodrigues da Silva, de 37 anos. Ela é mãe do Francisco Davi Silva Queiroz, de 9 anos, que tem hidrocefalia, e ainda possui mais três filhos, a Nayara, de 20 anos; Bruno, de 17 anos; e a Camila Silva, de 14 anos.

Joelma da Silva contou que reside no município de Codó, interior do Maranhão, mas, Francisco Davi nasceu em um hospital da rede pública, em Coroatá e com hidrocefalia. Após o seu nascimento, ele ficou internado por um período de mais de 30 dias e até mesmo teve a necessidade de ficar no setor da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).

Francisco Davi e a sua mãe Joelma. (Foto: Arquivo pessoal)
Francisco Davi e a sua mãe Joelma. (Foto: Arquivo pessoal)

Ela declarou que Francisco Davi antes de completar um ano de vida deu entrada diversas vezes em hospitais do interior do Estado e da capital maranhense devido as crises de algumas doenças. Entre elas, bexiga neurológica, pneumonia e broncoaspiração. Ele chegou até mesmo a ser submetido a tratamento cirúrgico.

Ainda segundo Joelma Silva, mesmo com todos esses problemas de saúde, o seu filho chegou a falar e a sentar sem precisar do apoio de uma outra pessoa, mas, em outubro do ano passado teve uma crise. A criança teve que ser levado com urgência para o hospital. “Ele ficou gelado, transpirava em demasia e foi levado para uma unidade de saúde, na cidade de Codó”, disse a mãe de Francisco Davi.

Joelma Silva comentou que o seu filho ficou apenas alguns dias no hospital, em Codó e teve que ser transferido para o Hospital da Criança, na capital maranhense. Mesmo internado, ele teve uma parada cardiorrespiratória e ficou por quase três meses em coma profundo e um leito de UTI.

Ela declarou que o seu filho saiu do coma no Dia de Natal, 25 de dezembro, e, no momento, está internado no Hospital Juvêncio Matos, no centro de São Luís. “O meu filho está há sete meses internado, pois, para ele voltar para casa precisa ter todo um suporte médico e, pelo menos, de um ventilador mecânico. Ele é dependente desse ventilador mecânico. Sou a sua companheira de 24 horas”, afirmou a mãe de Francisco Davi.

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