Crítica Na Mira

Entenda como funciona o Universo Marvel nos cinemas

Em 2018 o universo compartilhado da <i>Marvel Studios</i> comemorará dez anos.

Jonas Sakamoto / Na Mira

Atualizada em 27/03/2022 às 11h25

Quem imaginaria que o filme do Homem de Ferro, lá no ano de 2008, iria desbancar e um herói, até então desconhecido, tornaria-se tão popular e ficaria na linha de frente e no mesmo patamar que os X-Men e Homem-Aranha? A seguir vamos explicar como isso se tornou um marco histórico em Hollywood e filmes de super-heróis se consolidariam nos quesitos inovação, adaptação e comprometimento. E claro, falar um pouco como a Marvel contribuiu para isso.

 A Marvel Studios mudou alguns conceitos de cinema em Hollywood. Foto: Divulgação.
A Marvel Studios mudou alguns conceitos de cinema em Hollywood. Foto: Divulgação.

Mas antes, vamos voltar duas décadas e meia atrás

Para entender esse contexto, é preciso voltar na década de 90. Década esta que apresentou uma crise na indústria de histórias em quadrinhos e, apesar da popularidade dos heróis em suas histórias, os números em vendas estavam cada mais em declive. Editoras como a DC Comics, responsável por heróis como Batman, Superman e Mulher-Maravilha, e a Marvel Comics, que tinham heróis populares como os X-Men, o Quarteto Fantástico e o conhecido “Amigão da Vizinhança”, o Homem-Aranha tiveram que fazer uma manobra para tentar arcar com os custos e não declarar falência: vender os direitos de seus personagens para estúdios de cinema.

A Warner Bros. ficou com todos os personagens da DC Comics, já a Marvel teve um contexto um pouco mais delicado. Como o foco aqui é a Marvel, vamos a ela.

 Nos quadrinhos todos os personagens da editora Marvel habitam o mesmo universo, mas não é bem assim nos cinemas. Foto: Divulgação.
Nos quadrinhos todos os personagens da editora Marvel habitam o mesmo universo, mas não é bem assim nos cinemas. Foto: Divulgação.

A Marvel Comics vendeu os direitos de seus principais heróis para quatro estúdios: a Universal Pictures, que ficou com o Hulk, a Fox Films que ficou com todo o universo mutante, no caso os X-Men, a família do Quarteto Fantástico e o herói urbano Demolidor. E a Sony Pictures que ficou com heróis como o Homem-Aranha, Motoqueiro Fantasma e Justiceiro, enquanto a New Line (subsidiária da Warner Bros.) ficou com o Blade - eu sei, parece confuso, mas foi isso que aconteceu.

Até então não existia a divisão de cinema da Marvel hoje conhecida como Marvel Studios. Ou seja, a influência da editora na adaptação dos seus heróis era pouca ou praticamente mínima. E o resultado eram adaptações que o grande público olhava com desconfiança e os fãs de histórias em quadrinhos não se sentiam respeitados ao olharem seus heróis preferidos sendo retratados com o devido cuidado. A bilheteria era mediana, com exceção de filmes como os dois primeiros da trilogia do Homem-Aranha e X-Men, e a trilogia do Nolan de Batman.

Quem é esse tal Homem de Ferro?

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Até o filme do Homem de Ferro chegar aos cinemas, foi todo um processo e provações, como por exemplo: a escolha do ator que daria vida ao Tony Stark / Homem de Ferro, em que o responsável seria Robert Downey Jr., que estava vindo de uma série de problemas com alcoolismo, a polícia e a justiça, o roteiro passar por pelo menos quatro escritores e que não aceitavam por não conhecerem o herói, até a produção iniciar-se com um roteiro ainda não finalizado. Todo esse contexto deixou o diretor Jon Favreau e o ator RBJ com carta branca para mexer nele e em fala dos personagens. Sendo assim, quase tudo no filme foi improviso por parte do elenco.

Quando o filme estreou, foi a redenção de Robert Downey Jr. de volta aos cinemas, uma história contada que mostrava um milionário vendedor de armas e egocêntrico que depois de um trauma emocional tem sua vida toda reformulada e não vê mais sentido em levar a vida que tinha até então.

Críticas foram bem-vindas, a imprensa especializada abraçou o longa, fãs do herói se sentiram representados e o até então desconhecido Homem de Ferro ganhou holofote frente aos leigos. Pronto, nascia uma "Nova Era".

E a cereja do bolo é que o filme inseriu um recurso esporadicamente utilizado por cineastas: a cena pós-crédito. Cena essa que apresentou o personagem Nick Fury, vivido pelo ator Samuel L Jackson, que situa o herói no mundo com uma tal Iniciativa Vingadores.

E, apesar de um mar de especulações na época, tudo faria um pouco mais de sentido quando meses depois o mundo conheceria uma nova adaptação do Gigante Esmeralda, O Incrível Hulk. E, também, sua cena pós-crédito traria Tony Stark e assim situando o público de que aquelas duas histórias se situavam no mesmo universo e aí oficialmente o mundo conhecia o Universo Cinematográfico da Marvel.

Na próxima semana trago a explicação da Fase 1 da Marvel nos cinemas e concretização da pista deixada por Nick Fury na cena pós-crédito do primeiro Homem-Ferro.

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