IMPERATRIZ – Com a revolução da mulher ao assumir novas responsabilidades como a conquista no mercado de trabalho, veio, também, a sobrecarga. É que muitas mulheres acumulam atividades em casa e no trabalho, algumas delas, ainda, conseguem conciliar a rotina familiar e profissional com os estudos, o que acaba sendo um grande desafio.
Na busca por uma carreira profissional estável e estabilidade financeira, a mulher moderna tem encontrado muitas dificuldades, umas até adquirem doenças, como estresse, por exemplo. É o caso da fotógrafa Mirian Rocha que, com a sobrecarga, precisa da ajuda de medicamentos para dormir.
Divorciada, mãe de três filhos, a jovem de 26 anos se desdobra para dá conta da exaustiva rotina. “Minha vida é uma correria. Durmo tarde e acordo cedo todos os dias. Antes de ir trabalhar, tenho que arrumar a casa, fazer comida. Preciso, ainda, achar tempo para fazer as atividades escolares das crianças”, explica a fotografa, lembrando que não sobra tempo para cuidar de si. “Não tenho tempo para mim não. O foco é organizar minha vida financeira para depois poder ter tempo e condições que antes eu não podia por conta da falta de dinheiro”.
Essa exaustiva rotina lhe rendeu problemas de saúde. “Por conta de tanta correria, tive problema com estresse. Com isso, preciso tomar remédios para dormir, porque o cansaço é tão grande que faz efeito ao contrário”, ressalta Mirian, que muitas vezes toma remédios para dormir o dia inteiro.
A coordenadora de desporto, Mara Lima, também, concilia sua atividade profissional, onde trabalha oito horas por dia na Secretaria de Esportes e Lazer (Sedel), com aulas particulares, trabalhos domésticos e cuidados com a família. “Cuido da casa, trabalho na Sedel, dou aulas particulares, participo de todos os eventos esportivos, e, ainda, cuido dos meus três filhos. Não abro mão de fazer com eles as tarefas”, explica a educadora física, que garante, ainda, sobrar tempo para cuidar dela própria. “Sempre cuido de mim, do cabelo, unhas e todas atividades que gosto, principalmente de ir à igreja, shows e dançar, além de frequentar a academia”, completa.
Mãe solteira, a jovem Karol Salles de apenas 18 anos trabalha como auxiliar de professora. Ela começou cedo, tanto no mercado de trabalho como na maternidade. “Fui mãe muito cedo, e com isso, tive que entrar, também, cedo no mercado de trabalho”, conta jovem que com as responsabilidades se viu obrigada a dá uma pausa nos estudos. “Estou me organizando para poder fazer uma faculdade”, almeja a jovem que não tem muito tempo para se cuidar.
Revolução dinâmica
A psicóloga Diana Régia Meireles recomenda que mesmo com as conquistas, as quais ela define como revolução dinâmica, a mulher moderna precisa reservar um tempo para desenvolver atividades que tragam satisfação pessoal.
“Junto com as conquistas da mulher, veio, também, o acúmulo das atividades. Hoje, a mulher precisa se virar para dá conta da família, do trabalho, e muitas vezes esquecem de cuidar de si mesma. É preciso saber dividir funções, e administrar tudo isso de forma que sobre um tempo para cuidar de si, e praticar atividades que tragam prazer”.
A especialista alerta que esse acúmulo de atividades pode provocar uma série de doenças, tanto físicas como psicossomáticas. “São doenças que vão desde o estresse, depressão às dores físicas pelo corpo. Tem que sobrar um tempo para cuidar da saúde física e mental”, diz, lembrando que uma grande jornada, deixa a mulher agressiva e irritada.
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