IMPERATRIZ – As festas juninas estão entre as manifestações culturais mais populares do Brasil, nesse período expressões como a quadrilha, ganham as ruas do país, principalmente, na região nordeste, onde as quadrilhas fazem grande sucesso e animam os brincantes.
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A tão popular quadrilha já foi sinônimo de nobreza, surgiu no século XVIII, na corte francesa. A dança que chegou ao Brasil, no período conhecido como Regência, fez muito sucesso na corte carioca, durante o século XIX. Com o tempo, a festa dos ricos, foi se popularizando e ganhou cara nova.
No passado as quadrilhas experimentaram uma mudança, ao ganhar traços da cultura brasileira. O visual que remetia à nobreza ganhou tecidos mais simples e baratos. As roupas finas deram lugar a vestimentas com estampa xadrez, as valsas foram substituídas pelo forró.
Em Imperatriz há vinte anos era comum encontrar quadrilhas em bairros, em escolas, associações, igrejas, em que a comunidade participava. Mas a dança tomou outras proporções, é o que diz o documentarista e assessor da Fundação Cultural de Imperatriz, Fabrício Evangelista.
“Surgiram as competições, as pessoas passaram a organizar quadrilhas estilizadas, teatrais, que substituíram as tradicionais. As competições propõem que se traga novidades”, explica Fabrício.
O documentarista ressalta, ainda, que a cultura é movimento, na opinião dele isso não é bom ou ruim, a cultura é dinâmica.
Para o produtor cultural e presidente do Instituto Cultural Sotaque, Osório Neto, em menos de quinze anos houve uma profunda transformação no modo de se fazer quadrilhas em Imperatriz.
O produtor, também, acredita que as quadrilhas nos moldes tradicionais estão cedendo espaço às produções mais sofisticadas, por influência das competições.
“Quando cheguei em Imperatriz em 2001, aqui tinham trinta quadrilhas, o movimento era bem maior. As quadrilhas hoje são voltadas para o espetáculo, acho bonita essa modernização, mas não podemos perder as raízes”, pondera Osório Neto.
O produtor cultural propõe uma reflexão a respeito da preservação dos traços originais da quadrilha.
“Acho que deve haver uma reflexão, por parte do poder público, de artistas, de produtores culturais, acadêmicos e de todos que possam contribuir com a cultura, a cultura não pode se perder”, avalia Osório.
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