São João

Quadrilha junina: uma cultura em movimento

A popular quadrilha já foi sinônimo de nobreza.

Geovana Frasão/Imirante Imperatriz

Atualizada em 27/03/2022 às 11h42

IMPERATRIZ – As festas juninas estão entre as manifestações culturais mais populares do Brasil, nesse período expressões como a quadrilha, ganham as ruas do país, principalmente, na região nordeste, onde as quadrilhas fazem grande sucesso e animam os brincantes.
[e-s001]

A tão popular quadrilha já foi sinônimo de nobreza, surgiu no século XVIII, na corte francesa. A dança que chegou ao Brasil, no período conhecido como Regência, fez muito sucesso na corte carioca, durante o século XIX. Com o tempo, a festa dos ricos, foi se popularizando e ganhou cara nova.

No passado as quadrilhas experimentaram uma mudança, ao ganhar traços da cultura brasileira. O visual que remetia à nobreza ganhou tecidos mais simples e baratos. As roupas finas deram lugar a vestimentas com estampa xadrez, as valsas foram substituídas pelo forró.

Em Imperatriz há vinte anos era comum encontrar quadrilhas em bairros, em escolas, associações, igrejas, em que a comunidade participava. Mas a dança tomou outras proporções, é o que diz o documentarista e assessor da Fundação Cultural de Imperatriz, Fabrício Evangelista.

“Surgiram as competições, as pessoas passaram a organizar quadrilhas estilizadas, teatrais, que substituíram as tradicionais. As competições propõem que se traga novidades”, explica Fabrício.

O documentarista ressalta, ainda, que a cultura é movimento, na opinião dele isso não é bom ou ruim, a cultura é dinâmica.

. (Foto: Imirante Imperatriz)
. (Foto: Imirante Imperatriz)

Para o produtor cultural e presidente do Instituto Cultural Sotaque, Osório Neto, em menos de quinze anos houve uma profunda transformação no modo de se fazer quadrilhas em Imperatriz.

O produtor, também, acredita que as quadrilhas nos moldes tradicionais estão cedendo espaço às produções mais sofisticadas, por influência das competições.

. (Foto: Imirante Imperatriz)
. (Foto: Imirante Imperatriz)

“Quando cheguei em Imperatriz em 2001, aqui tinham trinta quadrilhas, o movimento era bem maior. As quadrilhas hoje são voltadas para o espetáculo, acho bonita essa modernização, mas não podemos perder as raízes”, pondera Osório Neto.

O produtor cultural propõe uma reflexão a respeito da preservação dos traços originais da quadrilha.

“Acho que deve haver uma reflexão, por parte do poder público, de artistas, de produtores culturais, acadêmicos e de todos que possam contribuir com a cultura, a cultura não pode se perder”, avalia Osório.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.