Reconhecimento

Ariano Suassuna é homenageado na Bienal Brasil do Livro e da Leitura

Suassuna é reconhecido por obras de dramaturgia, romance, poesia e crítica das artes e das culturas.

Agência Brasil

Atualizada em 27/03/2022 às 11h55

BRASÍLIA - O escritor Ariano Suassuna foi homenageado, nessa terça-feira (15), na 2ª Bienal Brasil do Livro e da Leitura. No último fim de semana, o uruguaio Eduardo Galeano também recebeu homenagem pela trajetória política e literária. Suassuna é reconhecido por obras diversas, que passam pela dramaturgia, romance, poesia e crítica das artes e das culturas.

À vontade com a plateia que lotou o Museu da República e calou para escutá-lo, Suassuna começou pedindo desculpas, em tom de brincadeira, “por minha voz, que é feia, baixa, fraca e rouca”. Ele contou causos, fez piada com o esquecimento causado pela velhice e confessou o amor pela esposa, Zélia, com quem “namora” desde 16 de agosto de 1947 – fez questão de registrar.

Apaixonado e apreciador do “rir e do fazer rir”, como destacou, o escritor e defensor da cultura popular, aos 86 anos, prepara-se para lançar um romance epistolar chamado Um Jumento Sedutor.

A arte da produção de tantas obras foi apresentada para a plateia, por meio de muitas histórias. Suassuna mostrou com causos o domínio da filosofia da arte, relembrou os tempos de professor de estética na Universidade Federal de Pernambuco, comprovou conceitos de Aristóteles sobre a essência do cômico - “uma desarmonia de pequenas proporções e sem consequências dolorosas” - e defendeu as personagens que criou, em especial João Grilo, o protagonista de O Auto da Compadecida.

Do Nordeste, foram lembrados ainda, durante a homenagem, outros escritores, como José Lins do Rego e Jorge Amado. O coordenador da Bienal, Nilson Rodrigues, destacou que o troféu conferido a Suassuna é também uma “homenagem aos escritores nordestinos que enriqueceram nossa cultura e fizeram grande a cultura brasileira”.

Explicando as escolhas feitas pela organização do evento, ele destacou que Ariano Suassuna e Eduardo Galeano, os dois homenageados da Bienal, “produziram obras que representam a síntese do povo latino-americano”. Povo que Suassuna fez questão de chamar de “grande”, ao pedir paciência à plateia com as dificuldades enfrentadas pelo Brasil. “A gente vai ter um país à altura desse grande povo que é o nosso”, afirmou.

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