Junho Roxo

Junho Roxo: Conheça o lipedema, uma doença crônica que atinge mais de 10% das mulheres

O lipedema se caracteriza pelo acúmulo de gordura nos braços, coxas e pernas.

NA MIRA, COM INFORMAÇÕES DA ASSESSORIA

Atualizada em 27/03/2022 às 11h02
O diagnóstico de lipedema atualmente é clínico, e depende de uma boa anamnese.
O diagnóstico de lipedema atualmente é clínico, e depende de uma boa anamnese. (Foto: Reprodução)

O mês de junho é dedicado à campanha de conscientização do lipedema, uma doença crônica do tecido adiposo que pode estar associada a comprometimento vascular.

A doença apresenta características hereditárias em mais de 60% dos casos e pode estar relacionada a mutações genéticas. Ela atinge mais de 10% das mulheres, e raramente está presente no sexo masculino. O lipedema se caracteriza pelo acúmulo de gordura nos braços, coxas e pernas e é comum surgir na adolescência, gravidez ou menopausa.

Os sintomas são: gordura localizada, equimose (roxinhos) nas áreas afetadas, sensibilidade e dor ao toque, sensação de peso e cansaço nas pernas, fadiga e pode até comprometer a mobilidade. É uma doença frequentemente confundida com obesidade, que pode ocorrer simultaneamente, e até agravar o quadro, porém nem sempre estão associadas.

A doença tem tratamento e é feito por uma equipe multidisciplinar, que exige da paciente uma mudança no estilo de vida com alimentação saudável, atividade física e apoio emocional.

“O tratamento cirúrgico deve ser a última opção, mas, muitas vezes, acaba sendo o primeiro recurso procurado. Somente após tentar o tratamento clínico por um tempo, e de preferência apresentando alguma melhora, mesmo que parcial, deve ser indicado a lipoaspiração para o tratamento do lipedema”, comenta Dr. Fernando Amato, cirurgião plástico e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).

Segundo o Dr. Amato, membro da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética e da Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos, um dos fatores mais importantes para a lipoaspiração de lipedema é a segurança. “É preciso respeitar os limites de gordura a serem retirados durante a cirurgia, que devem ser entre 5% a 7% do peso corporal do paciente”, detalha o especialista.

A endocrinologista Dra. Lorena Amato, que acompanha pacientes com lipedema, explica que o tratamento endócrino envolve investigação de doenças endocrinológicas com exames hormonais, mudança e melhora do estilo de vida, principalmente com melhora da alimentação e prática de atividade física, sendo nesses casos mais indicados exercícios aquáticos, como natação e hidroginástica.

“Dieta balanceada e personalizada, tentando identificar e restringir alimentos que podem ter características proinflamatórias para aquele indivíduo, piorando o quadro do lipedema, além de tratar a obesidade quando presente.”, orienta Dra. Lorena.

Exame diagnóstico e impacto psicológico

O primeiro protocolo ultrassonográfico do mundo para diagnosticar lipedema foi criado pelo Dr. Alexandre Campos Moraes Amato, angiologista e cirurgião vascular. O lipedema é uma doença que frequentemente é confundida com linfedema, doença que acomete o sistema linfático, e, geralmente esses pacientes possuem alterações vasculares como insuficiência venosa, apresentando varizes.

O diagnóstico de lipedema atualmente é clínico, e depende de uma boa anamnese (conversa com o paciente) e exame físico. Exames complementares como ultrassom e ressonância magnética podem complementar o exame físico, auxiliando o diagnóstico e tratamento, porém não existem protocolos direcionados para essa patologia. Por isso, muitas vezes, as alterações, por serem mínimas, não são caracterizadas e mencionadas nos laudos.

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