Dia do Índio

''Falas da Terra'': especial destaca vozes dos povos indígenas

Com exibição no dia 19 de abril, Dia do Índio, o especial dá visibilidade para histórias indígenas e exalta o ativismo.

Na Mira

Atualizada em 27/03/2022 às 11h03
Documentário realça histórias indígenas e a importância do ativismo
Documentário realça histórias indígenas e a importância do ativismo (Reprodução)

Nesta segunda-feira (19), a TV Globo exibe o especial “Falas da Terra”. São ao todo 21 depoimentos de indígenas que reúnem experiências e histórias ligados aos índios brasileiros. O documentário vai ao ar logo após o BBB21.

No Dia do Índio, a ideia do o especial é dá visibilidade para histórias indígenas e exalta o ativismo. A produção vai mostrar e dialogar diretamente com a história e a diversidade de mais de 300 povos distribuídos pelo país, dando visibilidade e evidenciando a luta e a resistência da causa.

Entre os temas abordados no documentario estão elementos fundamentais dentro da realidade e do cotidiano destes povos, como a língua, os costumes, a cultura, a importância e a proteção do meio ambiente, o ativismo, a luta por demarcação de terras.

Entre os entrevistados, estão Beto Marubo, um dos nomes mais prestigiados no ativismo dos povos isolados. É membro da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari e do Observatório dos Direitos Humanos dos Povos Indígenas Isolados e de Recente Contato, lutando pelo território, pela proteção física e cultural e pela autonomia dos índios isolados. "As informações que se tem sobre os indígenas são informações que se acessam através dos livros de história, que geralmente foram escritas por um não índio, e também com um viés de preconceito, que estigmatiza os indígenas", contou o ativista no tocante da falta de vontade dos brasileiros sobre se informarem e estudarem acerca da luta indígena.

"O que vem à mente de cada brasileiro é que os indígenas são preguiçosos, que não têm cultura, religião, alma", complementou Beto Marubo.

Já Valdelice Verón Guarani Kaiowá representa mais um nome de grande importância na liderança indígena. Uma das principais porta-vozes do povo Guarani Kaiowá reforça a importância da informação e da educação para a conjuntura da luta ativista: "Os livros de história e todas as narrativas são contadas pelos outros, não por nós. Portanto, é uma versão distorcida da história, que dificulta mostrar quem somos, onde estamos. Não temos visibilidade, pois isso de algum modo prejudicaria as estruturas de poder que estão inseridas no planeta".

A representante comentou que o Dia do Índio está sendo ressignificado pelas comunidades. Para ela, a data configura um dia de visibilidade, mas enfatiza que a Educação brasileira trata a comemoração de forma caricata, ignorando a história milenar dos indígenas. "Gostaria que todas as pessoas que habitam o território do Brasil, antes Pindorama, que refletissem sobre os Povos Originários, e que entendessem que nós não somos pessoas ruins", argumentou a ativista.

Quem também foi convidada foi Alessandra Korap, uma líder indígena com uma voz vigorosa, é contra os empreendimentos e contra o garimpo na bacia do rio Tapajós, além de ser a favor da demarcação de terras indígenas e de se demonstrar contra a invasão dos territórios. Em 2020, a representante foi congratulada com o prêmio Robert F. Kennedy de Direitos Humanos devido ao seu empenho e protagonismo na luta a favor dos direitos indígenas. "Eu nunca imaginaria que a nossa voz com teimosia, nossa voz de gritar alto pra eles nos ouvirem, nunca imaginaria que chegaria tão longe, mas chegou", comentou a vencedora a respeito do prêmio.

O especial ainda traz nomes com os intelectuais Daniel Munduruku e Ailton Krenak.

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