Memórias

Documentário resgata história do filme mais antigo do Brasil

O documentário de 75 minutos foi intitulado "Até onde pode chegar um filme de família".

Agência Brasil

Atualizada em 27/03/2022 às 11h12
A produção reúne imagens gravadas entre 1909 e 1926.
A produção reúne imagens gravadas entre 1909 e 1926. (Foto: reprodução)

BRASIL - A história do mais antigo filme brasileiro preservado de que se tem notícia transformou-se em um documentário que fará sua estreia hoje (8) na Mostra de Cinema de Ouro Preto (CineOP). Mais de um século após o início da produção de Reminiscências, chegam ao público detalhes da obra pioneira do mineiro Aristides Junqueira e que reúne imagens gravadas entre 1909 e 1926.

O documentário de 75 minutos, intitulado Até onde pode chegar um filme de família, foi dirigido pelo também mineiro Rodolfo Junqueira Fonseca, sobrinho-neto de Aristides. Segundo o cineasta, a proposta foi investigar os sentidos familiares e as interpretações em torno do que considera um marco dos primórdios do cinema nacional.

"Ajuda a preencher lacunas da nossa memória cinematográfica. Havia várias histórias desconhecidas envolvendo a relação de Aristides com o cinema, que foram descobertas no processo de pesquisa de acervos pessoais e públicos e nas entrevistas que realizamos". Netos e bisnetos de Aristides também participam do documentário.

Reminiscências reúne imagens que vão de um encontro familiar no quintal de casa até um casamento. São apenas nove minutos de duração. A exibição, hoje, será um retorno ao local onde, de certa forma, tudo começou. Aristides Junqueira nasceu exatamente em Ouro Preto, no ano de 1879, quando a cidade ainda era capital de Minas Gerais.

"Ele começou a registrar eventos sociais e políticos e a realizar documentários autorais. Seus diversos filmes incluem imagens que vão desde personalidades públicas até índios do Araguaia. Mais tarde, ele monta uma produtora no Rio de Janeiro. O documentário acaba contando também a biografia do cineasta", conta Rodolfo.

Obra recuperada

Quando faleceu em 1952, Aristides tinha 73 anos e trabalhava como fotógrafo responsável pelo setor de microfilme da prefeitura de Belo Horizonte. Ele deixou oito filhos do primeiro casamento e um do segundo. Seu acervo de fotografias e filmes em película em suporte de nitrato foi se degradando e acabou descartado ou vendido por sua segunda e última esposa.

Somente em 1970 é que a cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro teve acesso a Reminiscências. Uma cópia em nitrato do filme foi doada por um neto de Aristides, o historiador Paulo Junqueira Alvarenga, que guardou o material em sua geladeira por décadas. Mais tarde, o original foi levado à Cinemateca Brasileira, que realiza cópias assegurando a preservação da obra.

O documentário deve percorrer outros festivais e, segundo o diretor, o público futuramente terá acesso também pela televisão e por streaming. A exibição de hoje acontece às 18h45, em uma tela de cinema montada na Praça Tiradentes, no centro da cidade histórica mineira.

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