Cultura

Exposição traz Brasil do século 19 sob olhar de pintor alemão

Rugendas veio para o Brasil em 182 para fazer parte da Expedição Langsdorff.

Daniel Mello / Agência Brasil

Atualizada em 31/03/2022 às 12h13

BRASIL - As paisagens, as pessoas e o cotidiano do Brasil no século 19 a partir do olhar do artista alemão Johann Moritz Rugendas.

Pintor, desenhista, ilustrador, aquarelista e litógrafo, produziu um dos mais importantes registros do país à época, ao lado de outros artistas, como o francês Jean Baptiste Debret.

Rugendas veio para o Brasil em 1821, ano em que completou 20 anos de idade, para fazer parte da Expedição Langsdorff, que patrocinada pelo império russo, pretendia elaborar um inventário da então colônia. Os trabalhos desse contato inicial são marcados, segundo a curadora da exposição, Ângela Ancora da Luz, pelo impacto do novo ambiente no jovem artista.

Um Cronista Viajante - Johann Moritz Rugendas.
Um Cronista Viajante - Johann Moritz Rugendas.

“Ele chega com um olhar habituado aquela luz menos incidente nos objetos, de invernos longos e escuros, de verões que não tem aquela claridade como ele vai encontrar no Brasil. Quando ele chega aqui ele se deslumbra com a luz tropical, com a exuberância da vegetação tropical, dos tipos diferentes”, analisou a curadora Ângela Âncora.

Influências

Segundo Ângela Âncora, as pinturas e gravuras feitas por Rugendas tiveram influência estética do romantismo, em que o autor traz a carga emocional causada pelas experiências levadas à tela. Mesmo assim, a produção tem um forte caráter documental.

“Ele [Rugendas] representa não só a fauna e a flora, como os costumes, as danças, os tipos etnográficos do índio e do negro. Ele faz um álbum de documentação do que ele via no século 19”, enfatizou a curadora.

A vivência no país vai tornando o artista mais atento aos detalhes e cenas do dia a dia. “Primeiro, nos temos um Rugendas que vê de longe, de fora, quando ele chega. Depois um outro Rugendas, quando ele já está aqui, que o seu olho já se habituou a essa exuberância toda. Então, o primeiro registro é muito mais panorâmico, enquanto o segundo registro é muito mais singular”, acrescentou a curadora.

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