Religião

Monja Coen fala sobre budismo em entrevista; confira!

A monja Coen é autora, ao lado do historiador Leandro Karnal, do livro O Inferno Somos Nós.

Agência Brasil

Atualizada em 27/03/2022 às 11h16
A autora também é fundadora da Comunidade Zen Budista.
A autora também é fundadora da Comunidade Zen Budista. (Foto: Agência Brasil )

BRASIL - Como explicar que um país como Myanmar, onde 95% da população é budista, religião que tem a paz como um de seus fundamentos, tenha promovido o massacre da minoria muçulmana rohingya e forçado cerca de 800 mil pessoas a fugir do país para viver miseravelmente nos campos de refugiados em Bangladesh?

Esta e outras perguntas sobre o budismo e a violência são feitas pelo jornalista Moisés Rabinovici e respondidas pela monja Coen Rōshi, primaz fundadora da Comunidade Zen Budista.

A monja Coen, que é autora, ao lado do historiador Leandro Karnal, do livro O inferno somos nós, explica que, embora Myanmar, a antiga Birmânia, seja um país de maioria budista, a perseguição aos rohingya é comandada por grupo de militares e pelo governo, não pela população.

"A questão não é religiosa. O fato do país ser budista não significa que as pessoas que estão lá pratiquem o budismo. As pessoas que estão cometendo esses atos estão representando o governo, são forças militares. O país esteve muito tempo sob um controle militar que criou discriminação e aumentou o preconceito", explica a religiosa.

Ela também relata histórias ocorridas em outros países envolvendo budistas e ressalta que os princípios do budismo são absolutamente contrários à violência. Mesmo os budistas que foram obrigados a participar de guerras, como as que ocorreram entre Japão e China ou na Segunda Guerra Mundial, ao final desses confrontos se dedicaram a pregar a paz e os princípios da não violência.

Alguns monges budistas foram inclusive viver nos Estados Unidos com o objetivo de pregar a paz no país que tinha sido o grande inimigo do Japão. A monja Coen fala também sobre os monges que se imolavam para chamar a atenção sobre os horrores da guerra do Vietnã.

Com a experiência de 35 anos como missionária oficial da tradição Soto Shu, que tem sede no Japão, Cohen explica as possibilidades da meditação como forma de melhorar as pessoas e a sociedade. "O mundo é muito mais vasto que os valores da minha família, do meu grupo social. A gente pode expandir a consciência, que é o que eu acho que a meditação faz", explica a monja.

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