Comic Con

MinC destaca fortalecimento da indústria audiovisual na Comic Con

Para o ministro Sá Leitão, as condições para o crescimento do setor são favoráveis.

Na Mira, com informações do MinC

Atualizada em 27/03/2022 às 11h21
(Acácio Pinheiro / Ascom MinC)

O empenho do Ministério da Cultura (MinC) na criação de políticas de fortalecimento da indústria cinematográfica e no fomento a empresas que atuam na área de produção audiovisual foi destacado pelo ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, no painel de debates Indústria Criativa e Novas Tecnologias do VFX (efeitos visuais), na tarde desta quinta-feira (7). Integrante da programação do primeiro dia da Comic Con Experience 2017, o ministro dividiu o painel com o supervisor VFX da Weta Digital, Dann Lemon, ganhador do Oscar de Efeitos Especiais neste ano.

Durante a palestra o ministro falou sobre a necessidade de fortalecer, por meio do poder público, a indústria audiovisual brasileira. Na avaliação de Sá Leitão, as condições para que isso aconteça são favoráveis, ou seja, o País tem um grande mercado consumidor – que cria uma base econômica -, profissionais atuantes, além de uma infraestrutura de produção ativa: "Nos últimos anos, fomos capazes de realizar muitos conteúdos para televisão, séries de ficção e de animação".

O ministro reiterou que o MinC continuará o trabalho para elevar o Brasil à quinta maior indústria cinematográfica do mundo. "Estamos trabalhando com uma previsão de investir R$ 700 milhões por ano, com recursos do FSA, ou seja, R$ 7 bilhões em 10 anos. Se a aplicação desses recursos for feita com rigor, com qualidade técnica e com mensuração de resultados, vamos levar a indústria audiovisual brasileira para figurar entre as cinco melhores", afirmou.

Sá Leitão ressaltou que o Ministério da Cultura segue no compromisso de contribuir, seja a partir da pasta ou da Agência Nacional do Cinema (Ancine), para a construção de uma indústria que tenha um peso ainda maior para a economia brasileira. "Estamos em um processo bem acelerado do Comitê Gestor do Fundo Setorial do Audiovisual (CGFSA) e do Conselho Superior de Cinema, aprovando uma série de medidas que começam a ser implementadas no sentido de impulsionar esse crescimento, tendo como base uma política pública de investimento. A grande questão, a meu ver, diz respeito a uma necessária mudança de mentalidade, de encarar o audiovisual como uma indústria, um setor de promoção de desenvolvimento econômico, como se faz com o agronegócio", declarou.

O ministro citou o exemplo dado por Dann Lemon adotado pela Nova Zelândia para atrair grandes produções internacionais àquele país. "O incentivo dado pelo governo neozelandês está na base de todo o desenvolvimento do VFX no país. Com o estímulo oferecido, produções cinematográficas importantes foram parcialmente realizadas em território neozelandês, utilizando serviços de produção local", destacou.

Sá Leitão adiantou que o Comitê do FSA aprovou a criação de linhas de crédito para investimento e de crédito para o segmento de infraestrutura, incluindo as etapas de pré e pós-produção, o que abrange também o segmento de VFX, que está dentro dessa política: "Essa linha será fundamental para que as empresas possam crescer e se tornarem mais competitivas. Isso é inédito e vamos fazer a partir da reforma do FSA". A ideia, segundo o ministro, é criar facilidades e estímulos para empresas especializadas em pós-produção.

A decisão do Conselho Superior de Cinema de se criar incentivo para a atração de produções internacionais também foi lembrada pelo ministro durante sua palestra. "A disputa é global. Somente nos Estados Unidos, 42 estados americanos oferecem incentivos fiscais para produções audiovisuais. Hoje existem mais filmes sendo feitos na Geórgia do que na Califórnia", exemplificou.

Sá Leitão enfatizou que o Brasil tem condições de ter uma indústria audiovisual competitiva, capaz de disputar não apenas o mercado interno, como também o externo: "Com isso poderemos gerar ainda mais renda e emprego no Brasil. Atualmente, a indústria audiovisual já integra o campo da economia criativa. São atividades que respondem por 2,64% PIB, gerando mais de 1 milhão de empregos diretos. É um dos 10 setores que mais contribuem para o crescimento do País".

O ministro afirmou que, embora o investimento e o crédito compõem um pilar importantíssimo para o desenvolvimento do setor audiovisual, outros fatores devem ser igualmente observados. "Questões como formação e capacitação de profissionais para a área também têm uma importância estratégica. Muitos pontos precisam ser mudados ainda, mais devemos fazer, prioritariamente, o que está o nosso alcance", pontuou.

CCXP17

O ministro elogiou a Comic Con que, para ele, se tornou o maior evento Business to Consumer (B2C)da indústria do entretenimento no Brasil. "É uma vitrine do crescimento exponencial da economia criativa e mostra todo o potencial que o mercado tem até mesmo em termos de massa de consumo, de interesse pelos bens e serviços criativos".

Sá Leitão afirmou que o evento tem um forte papel para o desenvolvimento da economia criativa no País. O painel, ao abordar a questão VFX, permitiu uma maior aproximação entre o público e aqueles que produzem e da forma como produzem. "Há um grande fascínio sobre como a criação humana, a fantasia dos criadores se torna realidade nas telas", completou.

Weta Digital

A produtora Weta Digital, localizada na Nova Zelândia, foi fundada pelo cineasta Peter Jackson, responsável, entre outros trabalhos, pelas trilogias O Senhor dos Anéis e O Hobbit, de J.R.R. Tolkien. Dann Lemon supervisionou o trabalho de efeitos especiais da trilogia O Planeta dos Macacos.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.