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Dia do irmão: como identificar se os filhos são consumistas

Neste Dia do Irmão, celebrado em 5 de setembro, saiba observar nas atitudes dos filhos se estão se tornando consumistas.

Ingrid García / Na Mira, com informações da assessoria

Atualizada em 27/03/2022 às 11h22
Nesse sentido, o primeiro passo é conhecer as origens do problema.
Nesse sentido, o primeiro passo é conhecer as origens do problema. (Foto: Reprodução)

BRASIL - Crianças e jovens estão constantemente expostos à influência de amigos e a propagandas, que estimulam o consumismo e muitas vezes fazem com que fiquem "hipnotizadas" e acabem querendo ter tudo o que veem pela frente. Mas, como saber quando uma criança realmente está se tornando consumista?

“É normal querer ter as coisas, mas é importante lembrar que grande parte desses desejos são imediatistas, ou seja, passageiros. A situação começa a ficar complicada quando a criança acredita ter necessidade de possuir tudo aquilo que lhe é sugestivo e, quando não consegue, faz birra”, afirma o presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), Reinaldo Domingos.

As crianças têm muitos sonhos e desejos, mas na maioria das vezes não sabem quanto custa e por quanto tempo é necessário esperar para conquistar. A falta de paciência e o constante desejo por coisas novas são indícios de que elas já podem aprender a importância de um planejamento e de estabelecer três sonhos, um de curto prazo, a ser realizado dentro de um mês, outro de médio prazo, entre um e seis meses, e um último, mais difícil, de longo prazo, após seis meses.

Outro aspecto que indica o consumismo excessivo é quando as crianças recebem mesada e não poupam parte dela para os sonhos e nem conseguem passar o mês com o que ganham, logo acabam pedindo mais dinheiro aos pais. “É válido também observar quando elas ganham um presente: se são cuidadosas ou logo deixam de lado, esquecem em algum lugar ou quebram. Se presenciar atitudes como estas, é a hora de repensar a educação financeira de seus filhos”, orienta Domingos.

Comportamentos

Nesse sentido, o primeiro passo é conhecer as origens do problema. “A maioria irá rapidamente falar que a culpa é da TV ou do marketing publicitário. Isso é um grande erro, pois por mais que possa se auferir a esses uma parcela de culpa, os maiores responsáveis pelos comportamentos – atuais e futuros – dos filhos sempre serão os pais. É comum observar famílias delegando responsabilidades como forma de se isentar de culpa e isso não ajuda na solução do problema”, lembra Domingos.

É importante sim que os pais se atentem às influências externas, considerando limitar ou controlar o acesso das crianças às mensagens publicitárias e conversar com eles sobre seus desejos e anseios, além de observar com quem os filhos estão se relacionando e como isso os está influenciando. Contudo, o principal, segundo o especialista, é ter consciência de que os filhos herdam grande parte de seus hábitos dos pais.

“É preciso combater a verdadeira causa desse consumo não consciente, buscar conhecer melhor e então mudar os comportamentos nocivos. Sem dúvidas, os adultos têm que buscar pelo conhecimento do letramento financeiro para orientar as crianças”, diz Domingos. “Se os hábitos e costumes da família forem positivos em relação ao uso do dinheiro, eles tendem a prevalecer na vida dos filhos. Isso, certamente, evitará que as crianças se tornem adultos endividados e com problemas financeiros”.

Um aspecto importante é que cada vez mais escolas brasileiras, tanto públicas quanto particulares, vêm oferecendo aulas de educação financeira para as crianças e jovens. “Dessa forma, família e escola trabalham juntos para garantir que as próximas gerações conquistem tudo aquilo que desejam de forma sustentável e consciente”, aponta Domingos.

Veja 8 passos para identificar se os filhos são consumistas:

1- Observe se ficam "hipnotizados" frente às propagandas em sites ou no intervalo de seus programas favoritos ou se, pelo contrário, as chamadas não despertam grande interesse a ponto de fazê-los desejar tudo o que veem;

2- Atente-se a forma como falam sobre os itens que seus amigos e colegas têm, observando se desejam ter também para se sentirem identificados e aceitos no grupo ou se, pelo contrário, não costumam se deixar influenciar pelos outros;

3- Observe a reação da criança ao perceber que não poderá ter aquilo que deseja naquele momento, constatando se ela age com maturidade e busca compreender a situação ou se chora, esperneia e faz birra;

4- Procure saber se seus filhos têm apenas desejos imediatistas (por coisas que querem mas podem viver sem), ou se têm sonhos, anseiam por itens que tem significado e importância em suas vidas;

5- Procure saber se elas planejam formas para conquistar aquilo que desejam. O planejamento é uma das mais importantes atitudes de quem é educado financeiramente, algo que diminui o consumismo desenfreado;

6- Caso elas recebam mesada, verifique se poupam parte do valor para os seus sonhos ou se não fazem isso e/ou não conseguem passar o mês com o que ganha e acabam pedindo mais dinheiro;

7- Observem se são cuidadosos com os presentes que ganham ou se deixam de lado, esquecem em algum lugar ou quebram rapidamente;

8- Identifique se a família – pais, tios, avós e irmãos – é consumista. As crianças “herdam” hábitos e costumes de seus familiares, por isso é importante que os adultos busquem se educar financeiramente e melhorar seus comportamentos em relação ao uso do dinheiro.

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