BRASIL - Quando falamos de vícios destrutivos, como o uso abusivo de álcool e outras drogas, o primeiro cuidado fundamental é nos despirmos de preconceitos e descriminações. É importante ter em mente que todas as pessoas que enfrentam situações assim são seres humanos como todos nós.
Por isso, elas precisam de um tratamento interdisciplinar com psicanalisas, psicólogos, médicos e profissionais de outros campos do saber. Esse cuidado deve ser dentro da comunidade onde vivem, produzindo inclusão social e não através da internação e do isolamento do sujeito da sociedade.
A abstinência acredita que o objetivo fundamental do tratamento deve ser induzir o sujeito a deixar de consumir totalmente a substância. O método principal para atingir esse objetivo é a internação psiquiátrica e a intervenção do saber médico. A história nos mostra que o excesso de internações psiquiátricas e intervenções forçadas tendem a produzir pré-conceitos, exclusão social e não resolvem o problema.
Por outro lado, a redução de danos aposta que é preciso escutar o sujeito em sua singularidade, em sua história, e junto com ele criar uma rede de cuidados. Ela deve ser construída por uma equipe de saúde interdisciplinar, com intervenções que devem ocorrer dentro da comunidade onde vive o indivíduo e não tendo nunca a internação psiquiátrica como referência.
O objetivo principal não será fazer com que o usuário pare ou não de usar totalmente a droga. A proposta é reduzir os danos sofridos pelo uso abusivo das drogas, além de fazê-lo conseguir sua reinserção social e a melhoria de sua qualidade de vida.
Vivemos um momento grave em nosso país onde atos que ferem os diretos humanos vêm sendo usados diante das questões das drogas. Antes as drogas eram consumidas de forma escondida, velada, agora há espaços em que elas estão a céu aberto para todos verem. Isso incomoda a muitos.
Atos de violência policial, internações por ordem judicial e diversos atos de agressão aos usuários de álcool e outras drogas vem sendo tomada de forma abusiva e descontrolada. Ao internar de forma desmedida se esconde o indivíduo da sociedade, não se propõe uma solução para o problema.
É preciso enfrentarmos o problema de frente. Potencializar o trabalho da Redução de Danos, abrir a discussão sobre a descriminalização das drogas e tomarmos posições éticas firmes. As drogas não devem ser problema de polícia, mas questão de saúde pública.
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