Pega Pega

Imponência na cenografia e na produção de arte

As suítes foram montadas em estúdio e o colorido impera.

CGCOM

Atualizada em 27/03/2022 às 11h24
(Crédito: Globo/Estevam Avellar)

Um cinco estrelas cenográfico, um pedaço de Copacabana e uma vila da Tijuca e seus arredores. A cenografia de ‘Pega Pega’ vai reproduzir em detalhes estes cenários em três cidades cenográficas, ocupando no total cerca de 10 mil m2 de área construída.

No burburinho de Copacabana moram Malagueta (Marcelo Serrado), Domênico (Marcos Veras) e Maria Pia (Mariana Santos); é lá também que está localizada a delegacia, comandada pelo delegado Siqueira (Marcello Escorel) e pelos inspetores Antônia (Vanessa Giácomo) e Domênico (Marcos Veras); e a boate Strass, frequentada pelo gerente do hotel, Douglas (Guilherme Weber). Na Tijuca, vivem na vila a camareira Sandra Helena (Nanda Costa), sua mãe, a costureira Dulcina (Edvana Carvalho), e seu padrasto, Aníbal (Edmilson Barros); o garçom Julio (Thiago Martins) e suas tias, Elza (Nicette Bruno) e Prazeres (Cristina Pereira); além da família Borges; e do casal Evandro (Paulinho Vilhena) e Mônica (Julia Lund). Em outro reduto do bairro moram Madalena (Virgínia Rosa), seu filho Dilson (Ícaro Silva) e Wanderley (Bernardo Marinho). “A função da cenografia é apresentar a atmosfera dos locais retratados com verossimilhança para que o transporte do público aconteça. Fizemos pesquisas, sobrevoos pelos bairros para captar os detalhes e reproduzi-los. Quanto mais referências melhor”, conta a cenógrafa May Martins, que tem o hotel como a menina dos olhos da cenografia.

O Carioca Palace é um mix dos tradicionais cinco estrelas do mundo e a pujança do projeto, assinado por Maurício Rohlfs, impressiona, uma vez que foram construídos dois andares e toda a área comum, incluindo lobby, piscina, quiosque, calçadão – os demais seis andares e a cobertura serão inseridos por computação gráfica -, ocupando 2.200m2. O pé-direito é de seis metros e foram usados materiais reais e nobres: mármore, granito, ferro, vidro, porcelanato, entre outros. “A ideia é de imponência, apesar do momento um pouco decadente pelo qual passa o hotel durante a gestão Pedrinho (Marcos Caruso). Tudo é real, os materiais e revestimentos são reais e as áreas também. Temos uma piscina e uma cozinha industrial prontas para uso. Reproduzimos com pedras portuguesas o calçadão com o desenho de Burle Marx”, explica May, que comanda, ao lado de Marcelo Carneiro, a equipe de cenógrafos.

As suítes foram montadas em estúdio e o colorido impera. O hotel começa preso numa decoração que remete aos anos 80, o que para May vem a calhar: “Isso vai dar um charme retrô, com uma pegada de cores.” Seguindo a paleta da novela, os aposentos não serão neutros, ganharão tonalidades vermelhas, laranjas, verdes, douradas e turquesas, além de elementos temáticos. “Estamos usando preto e branco no mobiliário básico e carregando nas tintas nos detalhes – abajures, guardas de cama, cadeiras e poltronas –, que ganharam tons turquesas, laranjas, vermelhos, verdes e dourados. A estrutura é a mesma de qualquer hotel.”

Na Tijuca, a tradição do bairro predomina, seja nos apartamentos ou na vila com 11 casas. “Um clássico tijucano da arquitetura”, explica May. A vila tem peculiaridades para aproximar ainda mais o público da trama. A casa da família Borges (Danton Mello), por exemplo, tem um anexo, uma edícula, para comportar o teatro de bonecos; a casa de Júlio (Thiago Martins), onde ele mora com as tias Elza (Nicette Bruno) e Prazeres (Cristina Pereira), tem um porão e a sala foi construída na cidade cenográfica. “Construímos uma escada que desce ao porão. E como as tias interagem com os demais personagens, fizemos uma sala de visita na cidade cenográfica para estreitar esta relação, sem corte para o estúdio”, destaca a cenógrafa. Na Tijuca cenográfica, não faltarão elementos bem familiares. Estão lá a carrocinha de pipoca, o florista, o vendedor de balas, a banca de jornal, tudo para criar uma atmosfera de aconchego. “Criar esta verossimilhança, esta identidade, é o nosso foco”, brinca May.

Lustres de cristal e louças portuguesas

Segundo a produtora de arte Eugênia Makaaroun, as pesquisas foram intensas para apresentar ao público um legítimo hotel cinco estrelas. “Este é um universo pouco explorado na dramaturgia, tivemos que nos debruçar em pesquisas para trazer algo crível e à altura de hotéis da mesma categoria”. São amenities – minicosméticos que ficam à disposição dos hóspedes nas suítes -, roupas de banho, cama e mesa, louças e pratarias, itens de papelaria impressos em dourado, cartões magnéticos, dois grandes lustres de cristal, ou seja, adereços em geral que traduzem o glamour do hotel. E por falar nos amenities, uma curiosidade: os produtos de perfumaria são assinados pela fictícia empresa de cosméticos Bastile, que movimentava a trama de ‘Totalmente Demais’ e que estará presente, além das suítes, num carrinho de perfumaria, localizado no lobby. O hotel conta também com uma loja de souveniers na qual serão expostas camisetas, moleschinis, canetas, chinelos, todos os produtos com o logo do Carioca Palace, criado pela equipe de Eugênia. “É desafiador trazer este contexto ao público”, diz a produtora de arte, que capricha nos ornamentos: as louças são portuguesas, os talheres dourados, toalhas e lençóis de excelente qualidade, prataria que compõe tanto a cozinha quanto a mesa do café da manhã, arranjos de flores, além da cozinha industrial profissional que funciona e produzirá pratos de verdade e em grande estilo.

Outros desafios da equipe de produção de arte foram a confecção da canguru Flor e a Serrote, companhia de teatro de bonecos da família Borges. “Pesquisamos grupos de teatro pelo mundo, reunimos referências para criar a nossa companhia. Trouxemos possibilidades para a Claudia (autora) e o Luiz (diretor) trabalharem”, explica Eugênia. Os bonecos são feitos de madeira talhada, poliuretano e outros materiais, confeccionados dentro e fora dos Estúdios Globo. “Esses elementos nos trouxeram possibilidades de trabalharmos com o lúdico, o mágico, o inesperado. Bonecos que se tornam vivos e nos fazem acreditar que a vida pode ser bela e que vale a pena sonhar”, ressalta Eugênia.

Com estreia prevista para junho, ‘Pega Pega’ tem autoria de Claudia Souto e direção artística de Luiz Henrique Rios

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