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Biópsia: especialista esclarece dúvidas sobre o exame

Procedimento é vital para o diagnóstico de doenças, como infecções de pele e câncer.

Divulgação

Atualizada em 27/03/2022 às 11h36

Extremamente comum na prática médica, a biópsia é um procedimento ainda pouco entendido pela maioria dos pacientes. Por conta disso, uma parcela da população encara o exame com receio de complicações ou mesmo de que essa solicitação do médico signifique uma doença grave. Segundo o médico patologista Ricardo Artigiani, diretor da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP), a falta de conhecimento é a causa motivadora desse medo.

“O procedimento é realizado para a coleta de fragmentos de um determinado órgão ou tecido para análise em laboratório. Quando solicitada, a biópsia é parte importante do processo da investigação médica, o que possibilita diagnóstico, confirmação ou exclusão da existência de doenças, fornecendo informações que contribuem para a escolha do tratamento adequado caso o resultado seja positivo, uma vez que o exame pode indicar tanto tipo quanto grau de doenças”, explica Artigiani.

O médico esclarece que esse material é enviado para análise de um patologista, que analisa os fragmentos de tecido em lâminas histológicas ao microscópio. A amostra pode ser composta por pele, para identificar uma possível inflamação como dermatite ou até mesmo o melaloma (tipo de câncer cutâneo), ou tecido de órgãos como rim, fígado, baço ou glândulas como próstata e mamas. Dessa forma, é possível realizar uma investigação minuciosa para analisar a estrutura celular dos tecidos em busca de alterações que denotem doenças.

“A população costuma achar que esse resultado sai de forma automatizada de uma máquina quando, na verdade, é completamente artesanal. Esse parecer é dado depois de muita observação, estudo e comparação com todo o conhecimento do médico especialista”, ressalta o diretor da SBP.

Para esclarecer o assunto, a Sociedade Brasileira de Patologia responde as cinco dúvidas mais recorrentes sobre o exame:

1) Fazer uma biópsia sempre significa suspeita de câncer? Não necessariamente. Grande parte dos pacientes fica assustada quando o médico faz a solicitação, imaginando que seja um indicativo de câncer. Entretanto, muitas outras doenças também podem ser diagnosticadas através de biópsias. Esse procedimento é indicado sempre que há necessidade de esclarecimento microscópico.

2) A biópsia só é realizada com anestesia geral? Não. A anestesia geral só é necessária quando a coleta de material é feita através de uma cirurgia. Na maioria dos casos, entretanto, a retirada de material para biópsia é simples. Assim, ela é feita por meio de procedimentos ambulatoriais e geralmente dentro do consultório médico.

3) A biópsia é um exame dolorido? Isso é relativo. Depende do órgão a ser biopsiado, pode ser necessária anestesia local. Em outros casos mais simples, entretanto, não há dor ou necessidade de sedação.

4) A biópsia de medula óssea é perigosa? Não. Esse é um procedimento simples que é visto com terror por muitos pacientes. A obtenção de material da medula óssea é segura, apenas requer alguns cuidados complementares que justificam sua realização em ambiente hospitalar. Embora existam riscos em qualquer procedimento, são muito raras as complicações pós biópsia de medula óssea.

5) Somente a biópsia pode diagnosticar o tipo e dar prognóstico do câncer? Não, é necessário um conjunto de exames para o diagnóstico preciso. O exame histológico de uma amostra de tecido é parte da investigação clínica de uma doença. A investigação completa inclui o exame clínico, além de exames clínicos, radiológicos e biópsias, sempre que houver necessidade para o esclarecimento diagnóstico.

O diretor da SBP ainda lembra que são as informações obtidas ao longo da investigação médica que permitem a elaboração de um diagnóstico preciso e a escolha do tratamento adequado. “Por isso, o acompanhamento de um paciente é feito por médicos de diversas especialidades, entre eles o patologista, que muitas vezes não tem contato direto com o paciente, mas desempenha um papel fundamental no diagnóstico. A realização de exames como a biópsia e a integração entre esses especialistas é imprescindível”, finaliza.

Sobre a SBP

Fundada em 1954, a Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) atua na defesa da atuação profissional dos patologistas, oferecendo oportunidades de atualização e encontros para o desenvolvimento da especialidade. Desde sua instituição, a SBP tem realizado cursos, congressos e eventos com o objetivo de elevar o nível de qualificação desses profissionais.

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