Cabelos

Escova progressiva danifica fios e couro cabeludo

Conheça alguns perigos que você não ouve no salão.

Na Mira com informações da assessoria

Atualizada em 27/03/2022 às 11h40
(google)


Cabelos lisos, que precisam apenas ser lavados para ficarem prontos e com uma linda aparência são o sonho de muitas mulheres. Para conseguir esse efeito, a escova progressiva tornou-se, já há alguns anos, a solução mais usada. “A beleza da escova progressiva é artificial. Ela dá brilho, mas acaba com o movimento e com a vida do cabelo. É como um buquê de noiva que se preserva para sempre: tem sua beleza, mas aquelas flores estão mortas”, compara a tricologista, especialista em Terapia Capilar e pioneira no assunto no Brasil, Patrícia Maciel. Por isso, a especialista é categórica: ela não recomenda, em nenhum caso, o uso de escova progressiva ou similares para o cabelo. “O resultado imediato é muito bonito, e nenhum tratamento fará o efeito da escova progressiva, deixando o cabelo tão liso. Mas, com o tempo, essas substâncias destroem o cabelo e a raiz”, adverte.


Formol – O formol é conhecido como o “vilão” da escova progressiva, responsável pelos danos à saúde causados pelo procedimento. Tanto que a Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária – proíbe sua utilização, que constitui crime hediondo. Mas, Patrícia explica que mesmo os procedimentos que não contêm formol são perigosos. “É impossível alisar o cabelo sem substâncias similares ao formol. Algumas, quando aquecidas, transformam-se em formol e fazem o mesmo efeito que ele”, explica. A Anvisa libera algumas dessas substâncias, mas, para Patrícia, elas também são prejudiciais ao cabelo e à raiz dos fios.

A quantidade de aldeído – substância química responsável pelo alisamento dos fios – dessas formulações é menor, mas isso não significa que elas não afetem a saúde. Entre os riscos, estão irritação, coceira, ardência, queimaduras, inchaço e descamação da pele e do couro cabeludo. Nos casos mais graves, pode haver enjôos, desmaios, vômitos e até mesmo risco de edema de glote. A tricologista explica que o grande problema é que o aldeído, para dar o efeito de alisamento prometido, precisa alterar a natureza do fio, que é o DNA do cabelo. Ele atinge desde a cutícula do cabelo – camada mais externa, que protege as demais, dando brilho e movimento – até a medula do cabelo – estrutura mais interna do fio, que o liga diretamente à raiz e onde circulam sangue e oxigênio. “O cabelo, quando em contato com o aldeído, perde sua proteção natural, porque o aldeído derrete a cutícula para invadir o córtex – segunda camada do cabelo, responsável também pela pigmentação – e chegar à medula. Só assim, mudando a estrutura do cabelo, é que consegue deixá-lo liso”, detalha Patrícia.


Por isso, o uso continuado da escova progressiva, na avaliação da tricologista, acaba “viciando”: ao alterar o DNA do cabelo, o procedimento deixa o cabelo mais fraco, diminuindo o brilho e o volume. Patrícia explica que a raiz fica anêmica, o fio desbota e o crescimento do fio fica comprometido a ponto de nunca mais poder ultrapassar a altura dos ombros. Quanto mais fraco fica o cabelo, mais a pessoa lança mão do procedimento, para mantê-lo bonito, mesmo que seja artificialmente. Mas, em algum momento, isso não funcionará mais.

Carbocisteína – A escova de carbocisteína – que também promete alisar os cabelos – é uma das mais novas “modas” de alisamento. Mas, explica a tricologista, seus efeitos são muito parecidos com os da escova de formol. “O cabelo é constituído de proteína. A cisteína é um aminoácido – substância responsável pela formação da proteína. Então, a cisteína apenas ajudaria a impermeabilizar o cabelo. Para dar o efeito de alisamento, seria necessário acrescentar outras substâncias à fórmula, o que manteria o perigo do uso”, explica. A tricologista afirma que, depois de danificados em seu DNA, nem mesmo os tratamentos mais avançados podem fazer efeito. “Não há recuperação possível. Nem mesmo implante a pessoa poderá fazer, porque, para isso, é necessário uma matriz saudável de cabelo, que não existirá mais”, alerta. “É preciso pesar qual o custo da beleza; ela não pode vir antes da boa saúde”, conclui.



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