Premiação

Biblioteca Nacional entrega prêmios literários de 2013 e 2014

A escolha é feita após análises de mais de mil obras de todo o país.

Cristina Indio do Brasil/Agência Brasil

Atualizada em 27/03/2022 às 11h47

RIO DE JANEIRO - A Biblioteca Nacional entregou hoje (15), o Prêmio Literário de 2013 e de 2014 nas categorias poesia, romance, conto, ensaio social, ensaio literário, tradução, projeto gráfico, literatura infantil e literatura juvenil. A intenção é reconhecer e apoiar os melhores livros brasileiros, e ainda aqueles que motivam e reforçam a literatura nacional. A entrega do prêmio, criado em 1997, ocorreu no auditório da Biblioteca Nacional, no centro do Rio de Janeiro. A escolha é feita após análises de mais de mil obras de todo o país.

“Boa noite. Eu escrevo, não falo”. Foi assim que o poeta Armando Freitas Filho recebeu o Prêmio Alphonsus de Guimaraens de 2013, na categoria poesia, com o livro Dever, com o qual comemorou 50 anos de carreira. A maioria dos premiados proferiu poucas palavras - ou nenhuma -, e recebeu as comendas apenas com um aceno à plateia e uma pose para as fotos.

O pernambucano Marcelino Freire, vencedor da categoria romance com a obra Nossos Ossos, levou para casa o Prêmio Machado de Assis, de 2014, logo no primeiro romance publicado, após escrever muitos contos. O escritor disse que queria falar, porque veio de longe, o sertão de Pernambuco, para receber a premiação. Para Marcelino Freire, foi uma honra ter recebido um prêmio que leva o nome de Machado de Assis. O romancista foi a causa dele se tornar escritor.

“Machado de Assis é o nosso grande mestre. É uma das pessoas, que mais devem tributo para mim. Em que sentido? Sempre falo de Machado de Assis por onde vou. Escolhi ser escritor por causa de Machado de Assis. Por onde vou, carrego esta paixão infinita por Machado de Assis. Estava na hora dele devolver um pouquinho para mim e devolveu agora. E devolveu bem, o amor que sinto por ele”, revelou Marcelino.

O vencedor do Prêmio Clarice Lispector, de 2014, categoria conto, foi Bernardo Kucinski com a obra Você Vai Voltar Pra Mim. Ele disse que o prêmio é um incentivo aos escritores novos, embora ele seja idoso. “Sou um idoso, novo na ficção. É muito bom receber este prêmio, ainda mais porque os jurados me disseram que foi unânime, e havia outros escritores importantes. É um prêmio que me deixa mais seguro de que posso ser um ficcionista e continuar nesta nova vida de inventor de histórias. Antes, como jornalista, eu escrevia só o factual e agora eu invento, disse o escritor de 77 anos.

As obras concorrentes ao Prêmio Literário da Biblioteca Nacional são escolhidas por três julgadores em cada categoria. Eles avaliam a qualidade literária da obra, originalidade, criatividade e contribuição à cultura nacional. Na categoria tradução, analisam a qualidade linguística da tradução, e na de projeto gráfico, avaliam a criatividade no uso dos recursos gráficos.

O prêmio é anual,mas não foi realizado no ano passado. Por isso, agora as comendas foram entregues juntas. O presidente da Biblioteca Nacional, Renato Lessa informou que agora o prêmio volta a ter periodicidade correta. “A Biblioteca Nacional, nos últimos anos teve vários dos seus trabalhos e rotinas prejudicados por prioridades erradas, e isso começou a ser corrigido no ano passado, e um dos passivos que a biblioteca tinha era o atraso na entrega do Prêmio BN. Este ano conseguimos alinhar e ele será entregue, espero eu, anualmente. Houve a interrupção de um ano. O prêmio foi concedido, mas não foi entregue”, esclareceu.

Na avaliação de Lessa, a entrega do Prêmio Literário é uma celebração do livro. “A biblioteca é uma casa de resistência, no sentido de fazer com que o livro ocupe o lugar central na nossa experiência cultural, como indução ao pensamento, à reflexão, à ponderação, à conversa em contraponto a uma cultura de aceleração, de hiperconectividade, de velocidade e de imediaticidade. É um momento em que a biblioteca para, para fazer o seu maior elogio à atividade literária”, ressaltou.

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