Um estudo desenvolvido por pesquisadores da Universidade de São Paulo e da Universidade Católica de Santos alerta para os perigos dos efeitos da poluição do ar durante a prática de exercícios. De acordo com o texto, publicado ano passado no Jornal Brasileiro de Pneumologia, durante a realização de exercícios aeróbicos, o ar inspirado penetra nas vias aéreas, preferencialmente pela boca, facilitando a penetração de poluentes.

O estudo, “A poluição do ar e o sistema respiratório”, explica que a realização de exercícios próximos a vias de tráfego intenso aumenta os níveis de carboxi-hemoglobina (30 min de corrida pode elevar os níveis dessa ao equivalente ao consumo de 10 cigarros/dia) e reduz o desempenho aeróbio de atletas. Também mostra que a quantidade de partículas ultrafinas que se deposita no aparelho respiratório enquanto se realiza exercícios moderados é cerca de cinco vezes superior à quantidade depositada quando em repouso.

De acordo com os autores, a recente declaração da American Heart Association sobre efeitos da poluição recomenda que se evitem exercícios intensos na presença de ar com qualidade insatisfatória.

Eles também lembram os resultados de uma pesquisa recente que avaliou os efeitos da poluição no desempenho de atletas: a realização de exercícios físicos em ambientes com elevados níveis de poluentes reduz agudamente a função pulmonar e vascular tanto em indivíduos asmáticos como em sadios. Esse trabalho mostrou ainda que a realização de exercícios em longo prazo em ambientes poluídos está associada à redução da função pulmonar, podendo induzir disfunção vascular, provavelmente devido a estresse oxidativo sistêmico e nas vias aéreas, levando a uma redução do desempenho ao exercício.

“De maneira resumida, recomenda-se que indivíduos suscetíveis (portadores de asma, DPOC, cardiopatas, idosos e crianças) evitem a realização de exercícios em dias com qualidade inadequada do ar”, completa a equipe na publicação.

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