Política

Presidenta do Chile pede que todo o gabinete renuncie

Ela disse que vai definir o novo gabinete nas próximas 72 horas.

Monica Yanakiew / Agência Brasil

Atualizada em 27/03/2022 às 11h43
(Reprodução / Canal 13)

BUENOS AIRES - Quatorze meses após ter assumido seu segundo mandato e em meio a um escândalo de corrupção, envolvendo seu filho, a presidenta do Chile, Michelle Bachelet, pediu nesta quarta-feira (6) a todos os ministros que entreguem seus cargos. Ela disse que vai definir o novo gabinete nas próximas 72 horas.

O anúncio foi feito durante uma entrevista a um canal de televisão chileno, após a publicação de uma pesquisa de opinião revelando que o índice de rejeição a Bachelet, em abril, foi de 64%. No programa, sobre atualidade chilena, a presidenta disse que o país vive uma crise de desconfiança e pediu desculpas por “importantes erros” cometidos, referindo-se a forma como lidou com o escândalo de corrupção, envolvendo o filho, Sebastián Dávalos, e a nora, Natalia Compagnon.

“Não tive a força de ter criticado o que deveria ter criticado”, disse Bachelet, na entrevista ao jornalista Mario Kreutzberger. A presidenta ficou sabendo do escândalo enquanto estava de férias. A revista chilena Qué Pasa denunciou que Sebastián Dávalos e a mulher Natalia Compagnon teriam usado “informação privilegiada” e “tráfico de influências” para obter um empréstimo bancário equivalente a US$ 10 milhões.

Na época, Dávalos era assessor presidencial – um cargo, sem remuneração, ao qual acabou renunciando em fevereiro passado, por causa do escândalo. Segundo a reportagem, que deu origem a uma investigação, o casal teria usado o dinheiro para comprar terrenos, que foram vendidos em seguida por US$ 5 milhões a mais. A presidenta disse ainda que nunca teve conhecimento de que sua nora e seu filho estavam metidos “num negócio” de especulação imobiliária.

Bachelet contava com um alto índice de aprovação quando concluiu o primeiro mandato e ao assumir o segundo. Em 14 meses, ela conseguiu cumprir importantes promessas feitas durante a campanha – como a reforma da legislação eleitoral e da educação (duas heranças da ditadura de Augusto Pinochet). Ela, também, enfrentou desastres naturais – o mais recente deles, a erupção do vulcão Calbuco. Mas o escândalo de corrupção, como a presidenta admitiu – acabou afetando a sua imagem.

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