BRASÍLIA – A Irmandade Muçulmana do Egito, que apoiava o governo do presidente deposto Mouhamed Mursi, apelou hoje (8) por uma intervenção internacional no país. O apelo ocorre depois que 16 integrantes da organização foram mortos durante confrontos com as Forças Armadas em frente ao Quartel-Geral do Exército, no Cairo. “A comunidade internacional, os grupos internacionais e todas as pessoas livres do mundo devem intervir para impedir futuros massacres e a evitar uma nova Síria no mundo árabe”, diz o comunicado.
A Irmandade Muçulmana disse ser preciso intervenção externa para evitar uma “nova Síria” em alusão à crise no país vizinho, que dura mais de dois anos e matou aproximadamente 100 mil pessoas. O Exército egípcio informou que “terroristas armados” atacaram a sede da Guarda Republicana, no Cairo, segundo comunicado citado pelo jornal estatal Al Ahram, depois de a organização ter denunciado a morte de 16 manifestantes.
“Ao amanhecer, um grupo de terroristas armados tentou invadir a Guarda Republicana, atacando os soldados e a polícia, causando a morte de um oficial e ferimentos em vários recrutas, dos quais seis estão em estado crítico”, diz o comunicado do Exército.
Anteriormente, o Partido da Justiça e da Liberdade, braço político da Irmandade Muçulmana, disse, em nota, que a reação dos simpatizantes de Mursi à destituição do governo foi “uma revolta levada a cabo pelo grande povo do Egito, contra aqueles que tentam roubar-lhes a revolução com tanques”.
Pelos dados da Irmandade Muçulmana, desde a destituição de Mursi do poder no dia 3, 35 simpatizantes do governo deposto foram mortos. Segundo a organização, os simpatizantes estavam rezando quando policiais e militares do Exército dispararam contra eles e usaram bombas de gás lacrimogênio.
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