Israel investiga vínculos entre Al Qaeda e atentados no Quênia

CNN

Atualizada em 27/03/2022 às 15h25

Investigadores quenianos e israelenses começaram a analisar, nesta sexta-feira, a possibilidade de a rede terrorista Al Qaeda ter planejado os dois atentados quase simultâneos que deixaram dezenas de mortos e feridos na véspera.

A Al Qaeda também foi responsabilizada pelos atentados sincronizados que visaram, em 1998, as embaixadas dos Estados Unidos no Quênia e na Tanzânia.

Doze pessoas já foram presas e estão sendo interrogadas sobre os ataques.

A seqüência de atentados na costa do Quênia começou com o disparo de dois mísseis contra um avião da companhia comercial israelense Arkia, que acabara de decolar em direção a Tel Aviv com 271 pessoas a bordo.

Os mísseis não atingiram o avião por pouco. Ninguém ficou ferido.

Menos de uma hora depois, três homens-bomba, com a ajuda de um carro repleto de explosivos, arrasaram a entrada do Hotel Paradise, em Mombasa, causando a morte de 13 pessoas, sendo três israelenses.

O hotel, de propriedade de israelenses, era um conhecido destino de turistas procedentes do Estado judeu.

Um dos três suicidas foi identificado pela Rádio do Exército de Israel como Abdullah Ahmed Abdullah, nome que aparece na lista do FBI – a polícia federal norte-americana – como um dos terroristas da Al Qaeda mais procurados. Sua captura vale uma recompensa de 25 milhões de dólares.

Abdullah, um egípcio também conhecido como "Saleh", é apontado por autoridades norte-americanas como o líder das células da Al Qaeda no leste da África.

O nome de um dos outros homens-bomba - o queniano Faed Ali Sayam - também se parece com um que consta na lista de foragidos do grupo liderado por Osama bin Laden: Fahid Mohammed Ally Msalam, que tem vários apelidos, como Fahid Ali Salem.

Ambos os terroristas foram julgados à revelia pelos atentados contra as embaixadas norte-americanas na África, nos quais 224 pessoas morreram.

O FBI ainda não se pronunciou a respeito das identidades dos suspeitos.

Um grupo até então desconhecido, que se intitulou "O Exército da Palestina", enviou um fax ao escritório da agência Reuters em Beirute, reivindicando a autoria dos atentados.

Um outro fax foi recebido pela Al-Manar, a emissora de televisão do grupo radical islâmico Hezbollah. Os editores, porém, disseram que a mensagem não era confiável.

No fax, o grupo alegava que os ataques terroristas tinham o objetivo de marcar a decisão das Nações Unidas, ocorrida em 29 de novembro de 1947, que resultou na divisão da Palestina e na criação do Estado de Israel.

Em Israel, o primeiro-ministro Ariel Sharon jurou encontrar os responsáveis pelos ataques.

"Nosso braço é comprido e vai alcançar os terroristas e aqueles que os enviaram", disse. "Israel tem que caçar aqueles que derramaram o sangue de seus cidadãos. Ninguém vai escapar impune".

Sharon referiu-se também a um ataque ocorrido na manhã de quinta-feira no norte de Israel, em que dois palestinos abriram fogo contra um ponto de ônibus e uma seção eleitoral do partido Likud em Beit Shean, deixando pelo menos seis mortos.

No tiroteio com a Polícia, os dois agressores morreram.

Na madrugada desta sexta-feira, aviões militares de Israel retiraram mais de 250 turistas que sobreviveram ao atentado contra o Hotel Paradise. Os corpos das vítimas também foram levados de volta à sua terra natal.

Os investigadores que vasculham os destroços do hotel encontraram uma caixa com um fio conectado. Poderia ser parte de um detonador manual de bombas. Há informações de que o atentado teria sido praticado com até meia tonelada de explosivos.

O embaixador queniano em Israel disse acreditar que os ataques tenham sido obra da Al Qaeda, ao passo que fontes da inteligência mencionaram uma operação conjunta entre a rede de bin Laden e o Hezbollah.

Em seu rancho no Texas, onde passava o feriado do Dia de Ação de Graças, o presidente norte-americano, George W. Bush, disse, por meio de um porta-voz, ser prematuro afirmar qualquer vínculo entre os atentados no Quênia e a Al Qaeda.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.