Banco mundial anuncia suspensão de novos empréstimos para Argentina

Lavagna levou pessoalmente a notícia ao Banco Mundial

globonews - reuters

Atualizada em 27/03/2022 às 15h26

Washington - O Banco Mundial anunciou nesta quinta-feira a suspensão de novos empréstimos para a Argentina, após a decisão de Buenos Aires de pagar apenas os juros, e não o total de uma dívida de 805 milhões de dólares com a instituição financeira internacional.

O Banco Mundial disse, em um comunicado, esperar que a Argentina salde o quanto antes seus compromissos, para evitar que o banco continue a aplicar sua política com relação a atrasos nos vencimentos.

Em Buenos Aires, autoridades argentinas tentaram afastar o temor temor de que o atraso no pagamento da dívida com o Banco Mundial afete a marcha das negociações com o FMI, para conseguir a reprogramação do débito de 14 bilhões de dólares com os organismos internacionais de crédito até o final de 2003.

"Não houve surpresas e esta não é nenhuma situação excessivamente grave", comentou nesta quinta-feira em entrevista à imprensa o ministro da Economia argentino, Roberto Lavagna, ao sair do Banco.

Citando um cenário de insegurança por causa da demora em obter um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), a Argentina decidiu pagar apenas US$ 79.2 milhões, equivalentes aos juros da dívida de US$ 805 milhões com o Banco Mundial.

Com o "default", a Argentina corre, agora, o risco de perder sua última fonte de financiamento e prejudicar ainda mais as negociações que se arrastam desde fevereiro com o FMI.

"O nível de reservas do país nos impede de pagar o total que expira hoje (quinta-feira), pois nos deixaria com menos do que os 9 bilhões de dólares recomendados pelo FMI", declarou o chefe do gabinete argentino, Alfredo Atanasof, em um comunicado.

Atanasof explicou que, ao pagar apenas os juros, a Argentina poderá continuar negociando "um acordo definitivo com o FMI e evitar a moratória".

A Argentina deve US$ 805 milhões ao Banco Mundial. A primeira parcela vencia em 14 de outubro; o governo não pagou e obteve uma prorrogação de 30 dias.

Se, em 14 de dezembro, a Argentina ignorar novamente o pagamento, o organismo cortará inclusive todos os desembolsos futuros de crédito já aprovados: cerca de US$ 2 bilhões.

O ministro da Economia, Roberto Lavagna, reuniu-se com dirigentes do Banco Mundial em Washington para informar-lhes pessoalmente que o país não tinha como honrar o compromisso.

A Argentina esperava fechar um acordo com o FMI antes do vencimento da parcela, mas as negociações emperraram especialmente na delicada situação política do país, que irá às urnas em eleições antecipadas em março próximo.

"O acordo é tecnicamente possível, mas há dúvidas de natureza política, sobre o Judiciário, sobre o Congresso, sobre a lei de falência que deu o que falar e nos fez perder tempo", disse Lavagna.

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