Árabes mostram alívio com volta dos inspetores ao Iraque

CNN

Atualizada em 27/03/2022 às 15h26

Diversos países árabes expressaram, nesta quinta-feira, alívio com a decisão do Iraque de acatar a resolução das Nações Unidas sobre o retorno dos inspetores de armas ao país.

Apesar de serem aliados militares dos Estados Unidos, a Arábia Saudita e outras monarquias do Golfo Pérsico vinham manifestando apreensão coma possibilidade de uma guerra contra o Iraque envolver toda a região.

"Graças a Deus que o Iraque aceitou", reagiu o ministro do Interior saudita, príncipe Nayef, em declarações a um jornal do país. "Esperamos que o Iraque coopere com os enviados das Nações Unidas".

"Oramos para que o povo iraquiano viva em paz e que a apreensão que se abateu sobre nós seja eliminada", concluiu.

Invadido pelo vizinho em 1990, no episódio que desencadeou a Guerra do Golfo, o Kuwait classificou a decisão do Iraque como "o primeiro passo positivo na direção certa".

Ainda assim, o ministro da Informação kuwaitiano, Ahmad al-Fahd al-Sabah, advertiu: "Ainda não acabou".

"Sentimo-nos aliviados", acrescentou. "E esperamos outras ações positivas".

Outro membro do gabinete do Kuwait, o ministro para Assuntos Estrangeiros, Mohammad al-Salem al-Sabah, aconselhou cautela ao governo de seu país.

"Vamos esperar e ver", disse. "No passado, o Iraque aceitou a resolução 687 e depois chutou os inspetores para fora".

Na Síria, o presidente Bashar al-Assad elogiou a atitude do governo de Bagdad, avaliando-a como "um distanciamento do espectro de guerra na região".

Os Estados Unidos parecem manter a desconfiança em relação ao anúncio feito na quarta-feira pelo embaixador iraquiano na ONU, Mohammed Al-Douri.

"Se ele (Saddam Hussein) escolher não se desarmar, nós vamos desarmá-lo", avisou o presidente George W. Bush.

A Grã-Bretanha, maior aliada de Washington, também adotou a política do "esperar para ver".

O ministro do Exterior, Jack Straw, indicou que a recusa do Iraque em admitir que tem armas de destruição em massa abre a perspectiva de uma nova crise em 8 de dezembro, quando o país do Golfo terá, de acordo com a resolução, que apresentar um relatório completo sobre seu programa bélico.

"O próximo passo é o Iraque fornecer uma declaração completa, plena e precisa de todos os aspectos de seu programa de armas químicas, biológicas e nucleares", observou Straw. "Que não haja nenhuma dúvida de que, se o Iraque não cumprir suas obrigações, isso terá conseqüências sérias".

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