Parlamento iraquiano rejeita a resolução da ONU

Lucas Tavares, Agência Brasil

Atualizada em 27/03/2022 às 15h26

Brasília - O Parlamento do Iraque votou hoje contra a resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) que ameaça o país com "sérias conseqüências" caso Bagdá não se abra plenamente às inspeções de armas da organização. A votação concluiu dois dias de debates na Assembléia Nacional e contrariou um pedido feito pouco antes pelo influente filho do presidente Saddam Hussein, Uday, que havia recomendado a aprovação do texto da ONU. As informações são da CNN.

Os líderes do Parlamento disseram ser "impossível" para o país acatar uma resolução que alegam ferir a soberania nacional. O resultado da votação na Assembléia Nacional não tem que ser necessariamente seguido pelo Conselho do Comando Revolucionário, a autoridade máxima do país, liderada por Saddam Hussein. O governo de Bagdá tem até sexta-feira (15) para dizer à ONU se acata o documento, aprovado por unanimidade pelo Conselho de Segurança há quatro dias.

Ao anunciarem seu veredicto, os líderes legislativos relegaram a Saddam a decisão final sobre o retorno incondicional e irrestrito dos inspetores de armas a todos os locais suspeitos de produzir armas químicas, biológicas e nucleares no Iraque. O Parlamento havia iniciado ontem (11) uma sessão de emergência para analisar a resolução da ONU.

Antes de iniciarem a última sessão de debates, os membros do Parlamento receberam uma circular assinada por Uday Hussein, exortando-os a aceitar a resolução da ONU. "O que se exige agora de nós como Assembléia Nacional é a adoção de decisões claras", afirmou Uday. "Devemos, como Assembléia Nacional, aceitar a resolução da ONU que se encontra sob debate".

O pedido de Uday foi uma tentativa clara de reverter a tendência do Parlamento, que já nos primeiros debates expressou firme oposição ao documento da ONU. O líder do Parlamento, Saadoun Hammadi, referiu-se à resolução como um "preâmbulo para a guerra".

"O que se propõe é a rejeição da resolução devido às suas intenções doentias", disse o líder à imprensa. "Ao mesmo tempo", prosseguiu, "o Parlamento autorizará a liderança a tomar qualquer atitude que entenda como apropriada para defender o país. O Parlamento ficará do lado de sua liderança qualquer que seja a decisão".

Nos últimos dias, os Estados Unidos reforçaram a pressão sobre o Iraque, avisando que estarão prontos a atacar sozinhos o país do Golfo Pérsico se a nova resolução da ONU for violada.

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