Alerta

Região sul do Maranhão tem agravamento da seca, aponta monitor

Entre março e abril, o Estado registrou, no geral, o recuo das áreas com seca.

Imirante.com, com informações da Assessoria

Atualizada em 27/03/2022 às 11h08

SÃO LUÍS - A última atualização do Monitor de Secas aponta que o Maranhão teve uma redução da área total com seca, com aumento da severidade do fenômeno no sul do Estado, onde a seca passou de fraca para moderada na comparação com março. Embora tenham sido observadas algumas áreas com chuvas abaixo da média, as precipitações tiveram valores acima de 400mm, superando a média, principalmente no norte.

Monitor mostra gravidade da seca no sul do Maranhão em abril.
Monitor mostra gravidade da seca no sul do Maranhão em abril.

No sul houve precipitações abaixo da média e os indicadores de curto prazo mostram uma condição de seca variando de fraca a moderada. No sudeste aconteceu uma redução da área de seca fraca, enquanto nas demais áreas os indicadores de curto e longo prazo indicam a inexistência do fenômeno. Os impactos observados em todas áreas, com algum grau de seca, permanecem de longo prazo.

Com as chuvas de abril, o Monitor de Secas registrou uma redução das áreas com seca na Bahia, Ceará, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe e Tocantins. No caso do Espírito Santo, o estado não registra nenhuma área com seca desde março. Já em Alagoas, todo o Estado permanece com seca.

Também houve a redução da gravidade das secas em oito Estados: Alagoas, Bahia, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. O Ceará manteve áreas somente com seca fraca e Tocantins teve poucas mudanças na severidade da seca entre março e abril. No caso do Maranhão, houve um aumento da área com seca moderada no sul do Estado.

De modo geral, a seca no norte do Nordeste apresenta impacto de longo prazo, associado principalmente ao deficit hídrico de chuvas abaixo da média na região entre 2012 a 2018. No entanto, as precipitações observadas nos quatro primeiros meses do ano trouxeram melhora nos impactos de curto prazo e a consequente recuperação das pastagens, acumulação de água nos pequenos e médios reservatórios, além da recuperação de alguns perímetros irrigados.

As precipitações variaram de normal a ligeiramente acima da média de forma geral. Porém, em algumas áreas aconteceram chuvas abaixo da média, como no Espírito Santo, porção sul e oeste de Minas Gerais e em parte do leste nordestino, numa área entre Alagoas e o Rio Grande do Norte. As precipitações também ficaram abaixo da média no centro-leste do Maranhão, no extremo sul do Piauí, na porção central do Ceará e em alguns pontos do oeste e sul da Bahia.

Abril é considerado o último mês do período chuvoso em Tocantins e na área central do Nordeste. Em Minas Gerais e no Espírito Santo, o mês é de transição do período chuvoso para o período seco. Em abril, as precipitações com valores iguais ou superiores a 300mm ocorreram no centro-norte e oeste do Maranhão, no extremo norte de Tocantins e Piauí, no litoral do Ceará, em algumas áreas de Tocantins e no litoral leste do Nordeste. Espírito Santo e grande parte de Minas Gerais registraram chuvas abaixo de 120mm, enquanto nas demais áreas as precipitações de abril variaram entre 120mm e 250mm.

O Monitor de Secas tem uma presença cada vez mais nacional, abrangendo os nove Estados do Nordeste, Espírito Santo, Minas Gerais e Tocantins. Os próximos Estados a se juntarem ao Monitor serão Goiás e Rio de Janeiro, que já estão em fase de testes e treinamento de pessoal. Essa ferramenta realiza o acompanhamento contínuo do grau de severidade das secas no Brasil com base em indicadores de seca e nos impactos causados pelo fenômeno em curto e/ou longo prazo. Os impactos de curto prazo são para déficits de precipitações recentes nos últimos um a seis meses. Para secas acima de 12 meses, os impactos são de longo prazo.

O Monitor vem sendo utilizado para auxiliar a execução de políticas públicas de combate à seca e pode ser acessado tanto pelo site monitordesecas.ana.gov.br quanto pelo aplicativo Monitor de Secas, disponível gratuitamente para dispositivos Android e iOS.

O Monitor de Secas

O Monitor de Secas é coordenado pela Agência Nacional de Águas (ANA), com o apoio da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), e desenvolvido com diversas instituições estaduais e federais ligadas às áreas de clima e recursos hídricos. No Maranhão, o Laboratório de Meteorologia do Núcleo Geoambiental da Universidade Estadual do Maranhão (Lab-Uema) é o órgão que atua no Monitor de Secas. Por meio da ferramenta é possível comparar a evolução das secas nos 12 Estados a cada mês vencido.

O projeto tem como principal produto o Mapa do Monitor, construído mensalmente a partir da colaboração dos estados integrantes do projeto e de uma rede de instituições parceiras que assumem diferentes papéis na rotina de sua elaboração.

Em operação desde 2014, o Monitor de Secas iniciou suas atividades pelo Nordeste, historicamente a região mais afetada por esse tipo de fenômeno climático. No fim de 2018, com a metodologia já consolidada e entendendo que todas as regiões do País são afetadas em maior ou menor grau por secas, foi iniciada a expansão da ferramenta para incluir outras regiões. Em novembro de 2018, junho de 2019 e janeiro de 2020 aconteceu respectivamente a entrada de Minas Gerais, Espírito Santo e Tocantins no Mapa do Monitor.

O Monitor de Secas foi concebido com base o no modelo de acompanhamento de secas dos Estados Unidos e do México. O cronograma de atividades inclui as fases de coleta de dados, cálculo dos indicadores de seca, traçado dos rascunhos do Mapa pela equipe de autoria, validação dos estados envolvidos e divulgação da versão final do Mapa do Monitor, que indica uma seca relativa – as categorias de seca em uma determinada área são estabelecidas em relação ao próprio histórico da região – ou a ausência do fenômeno.

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