Coronavírus

Cinco casos de Covid-19 são registrados em Terra Indígena no Maranhão

Casos foram registrados na Terra Indígena Rio Pindaré, localizada na zona rural do município de Bom Jardim.

Imirante.com, com informações do G1 MA

- Atualizada em 27/03/2022 às 11h08
Casos de Covid-19 foram confirmados em aldeias da Terra Indígena Rio Pindaré.
Casos de Covid-19 foram confirmados em aldeias da Terra Indígena Rio Pindaré. (Foto: Reprodução / TV Mirante)

MARANHÃO - Cinco casos de Covid-19 foram registrados na Terra Indígena Rio Pindaré, localizada na zona rural do município de Bom Jardim. O novo coronavírus já atingiu três das oitos aldeias que ficam na zona rural do município.

Um dos cinco pacientes infectados está uma agente de saúde da aldeia, que também é indígena. Segundo o professor Flaubert Guajajara a falta de testes para a Covid-19 está atrapalhando no diagnóstico da doença.

"A gente tem nas comunidades muitos casos de sintomas gripais e que complica a situação do diagnóstico da Covid uma vez que não tem teste. E por tudo isso a gente acha que há necessidade inclusive da implantação de um hospital de campanha, que o governo possa se agilizar nesse sentido. Porque talvez, hoje, a Terra Indígena Pindaré seja no Maranhão uma das terras que apresentam mais casos do Covid-19", disse o professor.

De acordo com as lideranças da tribo, o rodízio de médicos e enfermeiros tem dificultado os atendimentos de saúde nas aldeias. Ainda segundo os índios, apenas uma ambulância tem sido usada para atender pacientes com casos de urgência em todas as aldeias. Com isso, eles temem serem desassistidos em situações mais graves por falta de cobertura da ambulância.

"Quando chega as 17h, o veículo não pode mais sair para atender demandas. Aí entra o outro veículo que está responsável pelo atendimento geral, que fica no polo base. Esse veículo é o responsável por atendimento de urgência e emergência durante a noite, só que temos um problema pois esse veículo que atende a casos gerais. No momento em que acontecer alguma emergência ou urgência, e esse veículo estiver em qualquer uma dessas terras, nós vamos ficar descobertos e aí a situação só vai ficar se agravando", explicou o índio Welderson Guajajara, universitário.

Em consequência, os índios decidiram entrar com um processo no Ministério Público Federal no Maranhão (MPF-MA) para cobrar melhorias no atendimento de saúde nas aldeias e exigir o envio de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e melhor assistência médica.

De acordo com Alberto José Goulart, coordenador Distrito Sanitário de Saúde Especial Indígena, órgão ligado ao Ministério da Saúde, providências estão sendo tomadas para garantir providência aos índios e afirma que essa semana já foram enviados as aldeias álcool em gel, máscaras e medicamentos.

"O Maranhão possui mais de 600 aldeias indígenas. O atendimento é feito pelas equipes de saúde, que prestam atenção primária nessas aldeias. Nós possuímos veículos para atender os profissionais de saúde e os povos. Os veículos que estão nos povos ficam 24 horas a disposição para urgência e emergência e todos eles só podem ser utilizados para casos de saúde. Nós possuímos as equipes, que ficam por causa da pandemia, 20 dias nas aldeias e dez dias de arejamento e todas as aldeias possuem equipes que fazem as visitas constantemente. Os equipamentos de proteção individual estão sendo distribuídos e estão sendo enviados as aldeias", afirmou.

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