Censo Agropecuário

MA: Censo Agro já indica aumento de estabelecimentos agropecuários

No Maranhão e em todo o Brasil coleta de dados segue avançando com previsão de ser concluída em fevereiro.

Divulgação/IBGE

Atualizada em 27/03/2022 às 11h20

MARANHÃO - No litoral leste maranhense, a coleta de dados do Censo Agropecuário já indica, de forma ainda que preliminar, um aumento na quantidade de estabelecimentos agropecuários em algumas regiões. Realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a pesquisa ainda está em campo em todos os estados do Brasil e deve se estender até o mês de fevereiro.

Iniciado no mês de outubro do ano passado, o Censo Agropecuário trata-se do principal e mais completo levantamento de dados sobre a produção agropecuária, florestal e aquícola de todo o país. O objetivo é obter informações sobre a estrutura e as atividades desenvolvidas pelos estabelecimentos e produtores agropecuários do país, bem como sobre a economia e o emprego no meio rural.

Barreirinhas

No município de Barreirinhas (distante aproximadamente 260 km de São Luís), a coleta de dados segue em ritmo acelerado. Prova disso é que o número de estabelecimentos agropecuários recenseados nessa cidade já superou o total que estava sendo estimado, evidenciando um aumento na quantidade de propriedades em relação ao último Censo Agropecuário, realizado há cerca de 10 anos.

A cidade dos Lençóis Maranhenses, um dos principais destinos turísticos não apenas do Maranhão, mas de todo o Brasil, também dispõe de uma forte presença na agropecuária. O município é o principal produtor de mandioca do estado conforme mostra o levantamento da Pesquisa Agrícola Municipal (PAM) do IBGE.

De acordo com os dados, no ano de 2016, o município produziu 46.500 toneladas de mandioca, sendo esse o produto da lavoura mais colhido na cidade naquele ano. O feito foi responsável por colocar Barreirinhas no primeiro lugar entre os municípios maranhenses que mais produzem mandioca e o oitavo entre os da Região Nordeste.

É em Barreirinhas ainda que está o povoado Tapuio, situado às margens do Rio Preguiças. A região é bastante frequentada por turistas que desejam conhecer sobre o processo de produção artesanal da farinha, desde o corte da mandioca até a sua disponibilização para a venda ou consumo.

No povoado Tapuio, em Barreirinhas, produção artesanal da farinha de mandioca chama atenção de turistas. / Foto: Divulgação.
No povoado Tapuio, em Barreirinhas, produção artesanal da farinha de mandioca chama atenção de turistas. / Foto: Divulgação.

Tutóia

Ainda no litoral leste do Estado, o município de Tutóia (distante aproximadamente 330 km de São Luís) também segue bastante avançado na coleta dos dados do Censo Agropecuário. Na cidade, que também é bastante visitada por turistas em virtude das praias e passeios pela orla marítima, já foram recenseadas mais propriedades rurais do quantitativo que estava previsto, também indicando um aumento no total de estabelecimentos agropecuários em relação ao último censo.

Conforme mostram os dados da PAM, a mandioca também é o principal produto agrícola cultivado no município, o que fez com que no ano de 2016 fossem colhidas 37.080 toneladas desse produto. No estado, Tutóia é o segundo maior produtor de mandioca e o 14° na Região Nordeste. Esse e outros dados relativos à produção agropecuária dos municípios serão divulgados ainda com mais profundidade ao término do censo.

Aos 87 anos de idade, o agricultor José de Ribamar Rodrigues dos Santos é um dos produtores de mandioca da cidade de Tutóia. Morador do povoado Bom Gosto, ele contou que além de plantar mandioca também planta feijão e milho, grande parte sendo destinada para a subsistência da família. "Desde criança trabalho com a lavoura. Tudo o que sei foi ensinado pelo meu pai”, destacou o produtor.

Em Tutóia, o agricultor José de Ribamar Rodrigues dos Santos é entrevistado por recenseador do IBGE. / Foto: Divulgação.
Em Tutóia, o agricultor José de Ribamar Rodrigues dos Santos é entrevistado por recenseador do IBGE. / Foto: Divulgação.

Outros

Em outros municípios do interior do estado, a coleta de dados do Censo Agropecuário segue avançado. Em Chapadinha (distante aproximadamente 250 km de São Luís), 81,3% dos estabelecimentos agropecuários já foram recenseadores pelos pesquisadores. De acordo com Aline Viana Lima, agente censitária municipal e uma das contratadas para a realização do Censo Agro no município, no início da coleta houve alguns erros, mas todos já foram solucionados, possibilitando o avanço da pesquisa na região.

No município de São Bernardo (distante aproximadamente 380 km de São Luís), a coleta dos dados já alcançou 65,9% dos estabelecimentos agropecuários. Já em Itapecuru-Mirim (distante 123 km de São Luís), a coleta dos dados já atingiu 58,9% dos estabelecimentos previstos.

Apenas no término do censo será possível levantar o número total de estabelecimentos agropecuários. O primeiro censo agro realizado no estado, em 1970, mostrou que no Maranhão existiam 396.761 estabelecimentos agropecuários e, nos anos seguintes, esse quantitativo foi aumentando.

Porém, esse aumento foi registrado até em 1985 quando foram contabilizadas 531.413 propriedades rurais. Nos censos seguintes, a pesquisa mostrou diminuições: em 1995 foram registrados 368.191 estabelecimentos agropecuários e no ano de 2016, o último censo realizado, foram 287.039 propriedades rurais recenseadas.

Importância

O Censo Agro também é uma oportunidade de adquirir novas experiências. Foi o que relatou o recenseador Wanderson Barbosa, de 25 anos de idade. Ele foi militar da Aeronáutica durante seis anos, servindo no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) nas áreas operacional, administrativa e logística e agora está na coleta dos dados na cidade de Itapecuru. “Eu faço a minha rotina, o que se torna bem dinâmico. De certa forma é um trabalho parecido com o da aeronáutica por causa do trabalho em campo”, destacou.

O Censo Agropecuário contribui diretamente para que a sociedade em geral tome conhecimento sobre a realidade mais atual vivida no campo, muitas vezes carente de dados oficiais que podem subsidiar futuras pesquisas sobre o tema.

A pesquisa também é importante, pois, com os dados, os governos podem desenvolver e colocar em prática políticas públicas e outros tipos de ações para impulsionar as atividades do campo e melhorar a vida da população residente no local.

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