Saúde do homem

Diagnóstico precoce é a principal forma de prevenção do câncer de próstata

Com mais de 60 mil novos casos diagnosticados no Brasil, esse é o segundo câncer mais comum entre homens no país.

Maurício Araya / Imirante.com

Atualizada em 27/03/2022 às 11h53
 Glândulas podem invadir estruturas adjacentes e obstruir canal da uretra. Foto: Divulgação.
Glândulas podem invadir estruturas adjacentes e obstruir canal da uretra. Foto: Divulgação.

SÃO LUÍS – Com mais de 60 mil novos casos diagnosticados no Brasil em 2012, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens no país – atrás do câncer de pele – e o sexto tipo mais comum no mundo – representando 10% do total de casos de câncer. Dados mais recentes do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) apontam que 13.129 mortes por câncer de próstata foram registradas em 2011. Para 2014, o Inca estima 68,8 mil novos casos – saiba mais.

As glândulas responsáveis pelo câncer podem invadir estruturas adjacentes – como a bexiga – e obstruir o canal da uretra (que conduz a urina), além de provocar lesões em outros órgãos – como osso, fígado e até o pulmão - e estruir tecidos à distância, em um processo chamado de metástase. A resposta para o estímulo de crescimento pode estar no principal hormônio masculino, a testosterona, como explica o médico urologista Ribamar Calixto à reportagem do Imirante.com. "É uma lesão de uma glândula, de um tecido que mudou de comportamento. A célula cancerosa ela nada mais é que uma célula que muda seu comportamento. Ela se divide mais rápido, ela invade, ela infiltra, ela não respeita limites. Então, esse grupo de células da próstata resolveu mudar de comportamento, crescer de forma disseminada, não morrer, através de um processo natural chamado de apoptose", esclarece – ouça a entrevista na íntegra.

O câncer de próstata causa a perda da vitalidade, perda de massa óssea e capacidade respiratória, e pode levar ao óbito. A próstata produz líquidos para nutrir os espermatozoides e substâncias para diminuir imunidade no colo do útero. Essas mesmas substâncias, de acordo com a ciência, parecem induzir ao câncer de próstata no envelhecimento. "O ruim dele é porque ele tem uma prevalência de acontecimento depois da 45ª década de vida: 45, 50, 60, 70 anos, quando o homem vai envelhecendo", diz o especialista.

Alimentação e hábitos

Estudos recentes relacionam alguns hábitos à alta incidência de câncer de próstata. "Existe um fator que está sendo muito indexado hoje, que é o consumo de gordura. Sabe-se que em países com alto consumo de gordura, como a Escandinávia e Estados Unidos, há uma incidência de câncer de próstata quase que cinco vezes maior que os orientais", afirma Calixto.

Fumo e consumo de anabolizantes – as testosteronas sintéticas – de forma indiscriminada também são relacionados a esse tipo de câncer.

Prevenção

A principal forma de prevenção é o diagnóstico precoce, feito pelo toque retal e exame de PSA (do inglês Prostate-Specific Antigen, ou antígeno prostático específico). "É uma proteína que a próstata produz e que circula na corrente sanguínea normal em todo mundo. No câncer, nos tumores benignos e nas inflamações, a próstata produz mais PSA. Então, existem limites para serem, hoje, estudados de PSA. O limite médio de PSA de corte é 1,5, mas não significa que uma pessoa com 1,2 não tenha um câncer e nem que uma pessoa com 30 de PSA tenha um câncer. Não. Ele tem que ser estudado com um toque retal e outros exames, como ultrassom e tomografia", explica o urologista.

Com os exames, é possível chegar a uma taxa entre 93% e 95% de diagnóstico de câncer de próstata, sendo em torno de 80% em sua fase inicial. "Na realidade, a gente não vai prevenir ter o câncer. A gente vai fazer o diagnóstico precoce. Se a gente tiver a codificação genética – ao todo, são 17 genes – que vai ter o câncer, vai ter o câncer. E a gente precisa achar esse câncer pequenininho, tratar das mil maneiras que existem, das várias maneiras que existem, até sem cirurgia em alguns casos, tirar essa glândula que é sede do câncer e impedir que isso cresça; que o paciente morra por causa de uma doença que não foi diagnosticada porque não fez um toque retal", completa.

Após diagnosticado, o tratamento vai variar conforme o grau de cada paciente: tirar o órgão por meio de cirurgia, irradiar o órgão por meio de radioterapia ou retirar a testosterona, principal "combustível" do câncer.

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