Saúde

Saiba quais os fatores podem levar à doença de Alzheimer

Alterações de memória e de comportamento são os sinais da síndrome.

Maurício Araya/Imirante

Atualizada em 27/03/2022 às 12h03

SÃO LUÍS – Descrita pela primeira vez em 1906, pelo psiquiatra alemão Alois Alzheimer, a doença de Alzheimer acomete mais de 1,2 milhões de brasileiros e envolve fatores genéticos e ambientais. A enfermidade, que costuma aparecer em paciente a partir dos 65 anos de idade, altera a capacidade de armazenar novas informações na memória recente.

Os cientistas, ainda, buscam explicações para doença de Alzheimer, mas já se sabe que existem fatores genéticos e hereditários que podem levar ao quadro clínico. A neurologista Aline Freire Borges Juliano, explica que, associadas à perda da capacidade de reter informações recentes, a doença pode levar a um quadro de alterações nos padrões de comportamento. "A doença de Alzheimer é uma síndrome demencial em que ocorre perda da memória, associada a outras perdas cognitivas, como alteração do pensamento, da funcionalidade, das funções executivas e pode ter alteração de comportamento, de sono, de humor. Isso tudo vem associado à doença de Alzheimer", disse em entrevista ao Imirante nesta quarta-feira (18) – ouça na íntegra.

Quanto maior a expectativa de vida, maior a chance de desenvolver a doença de Alzheimer. "Normalmente, a doença de Alzheimer ocorre após os 65 anos. É quando a gente tem uma prevalência de 10% da população acometida. Acima dos 85 anos, a gente já muda uma prevalência para em torno de 30% da população. Então, é uma doença associada ao envelhecimento. (...) O aumento da expectativa de vida é que vem levando o aumento das doenças neurodegenerativas, que acontecem por causa do envelhecimento", diz.

A síndrome possui, ainda, graus, que variam entre a fase mais leve a mais grave. "A doença tem uma fase que a gente chama de 'pré-clínica', em que não tem manifestações da doença; tem a fase leve, moderada e a fase grave da doença", complementa a especialista.

Sinais e diagnóstico

Os principais sinais do início da doença de Alzheimer são: alterações de memória, perda de noção de tempo e espaço e alterações de comportamento. "Em geral, aquela pessoa que fica muito repetitiva, conta histórias várias vezes, ou aquela pessoa que começa a ter dificuldade para sair de casa sozinha, para manejar o dinheiro, dificuldade para usar telefone. Então, esses são os sinais de alarme", esclarece a doutora Aline Borges.

O diagnóstico da doença é clínico. "Hoje, a gente pode lançar mão de alguns biomarcadores, o estudo do licor, o estudo de imagem, através do PET-Scan (tomografia computadorizada), para fazer a avaliação da doença de Alzheimer e seu diagnóstico", afirma.

A médica faz um alerta: "o trauma craniano é um dos fatores de risco, tanto que a gente olha uma incidência maior naquelas pessoas que tiveram trauma craniano com alteração cerebral. A gente observa, também, o aumento na incidência naquelas pessoas que são praticantes de esportes em que isso acontece, como pugilistas. O aumento no quadro demencial nessas pessoas é maior", completa.

Prevenção e tratamento

Em geral, os especialistas afirmam que não há uma receita para a prevenção da doença de Alzheimer, mas orientam a manter, sempre, as atividades física e intelectual como forma de retardar o aparecimento de síndromes demenciais e prolongar a qualidade de vida. "A atividade intelectual é a principal forma de a gente prevenir, mas quem viver muito está correndo o risco de ter a doença de Alzheimer. Atividade física, atividade intelectual e uma vida mais saudável favorecem com que as pessoas não desenvolvam a doença de Alzheimer. Todo mundo está sujeito, uns mais, outros menos, mas todos estamos", elucida.

Identificados os sinais, os pacientes devem ser encaminhados para o diagnóstico de geriatras e neurologistas. O tratamento – feito por uma equipe médica multidisciplinar – busca prolongar a história natural da doença, mas a ciência, ainda, desconhece a cura para a doença de Alzheimer.

"Dia Mundial da Doença de Alzheimer"

Nesta quarta e quinta-feira (19), a regional maranhense da Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz) – entidade sem fins lucrativos que atua no Brasil, há mais de 20 anos – faz conscientização sobre a doença e promove, no auditório da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seccional Maranhão, a segunda edição do "Simpósio Estadual sobre a Doença de Alzheimer". O evento conta com diversas palestras e mesas redondas sobre prevenção, diagnóstico e tratamento da doença.

No próximo sábado (21), "Dia Mundial da Doença de Alzheimer", ocorre a segunda edição da "Caminhada da Memória", na Avenida Litorânea, com concentração na praça de alimentação, além de um sarau no Círculo Militar, na praia do Calhau.

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