INvestigação

Uso de celulares em celas da PM está sendo investigado

O trabalho está sendo feito pela comissão de agiotagem, liderada pelo delegado Maymone Barros.

Saulo Mclean / O Estado

Atualizada em 27/03/2022 às 12h12

SÃO LUÍS - A polícia deve pedir nos próximos dias a quebra dos sigilos telefônicos das linhas apreendidas na tarde de segunda-feira (4), no Pavilhão de Prisões do Comando Geral da Polícia Militar, no bairro Calhau, em poder dos três principais acusados da morte do jornalista Décio Sá. Gláucio Alencar Pontes Carvalho, de 34 anos; o pai dele, José de Alencar Miranda Carvalho, de 72 anos; e o empresário Fábio Aurélio do Lago e Silva, o Buchecha, de 24 anos.

Eles também devem ser transferidos para presídios federais, após a retomada dos depoimentos sobre o caso, no Fórum Desembargador Sarney Costa, que ainda não tem data definida.

Por determinação da Secretaria de Segurança Pública (SSP), a "comissão de agiotagem", liderada pelo delegado Maymone Barros, não está autorizada a repassar informações à imprensa sobre o andamento das investigações. Enquanto buscava detalhes sobre o caso, O Estado foi informado de que o revólver calibre 38, encontrado dentro de um aparelho de TV, na cela 4, onde está preso o assaltante, traficante de drogas e homicida, Wadson da Silva Araujo, conhecido como Tanaka, de 34 anos, já foi encaminhado para perícia do Instituto de Criminalística (Icrim). O objetivo é descobrir a procedência da arma.

Seic

O flagrante de porte ilegal de arma de fogo foi lavrado pelo delegado André Gossain, que ressaltou que o caso deve ser apurado por meio de um inquérito policial militar. "Fizemos o flagrante e devolvemos o preso à custódia do Quartel da PM. Já sabemos que a arma encontrada com o criminoso é um revólver calibre 38, com capacidade para cinco tiros, de cor preta, modelo Bulldog. A arma estava sem o cabo e acompanhada de mais seis munições intactas, também escondidas dentro do televisor, e sua procedência ainda não foi definida", informou o delegado da Seic, após tomar o depoimento do capitão Fabiano Lobato, do Batalhão de Choque da PM.

De acordo com o major Luis Eduardo Vaz, do setor de Relações Públicas da PMMA, o revólver encontrado com Tanaka, provavelmente, deve ter entrado no Manelão - como é popularmente conhecido o presídio do Comando Geral - há pouco menos de um mês.

"Em janeiro, acompanhamos uma revista surpresa, feita por homens do Grupo de Escolta e Operações Penitenciárias (Geop), e todos os objetos que estavam em poder dos presos, inclusive os televisores, foram abertos, atitude que, diga-se de passagem, foi criticada pelos advogados dos detentos, e nada foi encontrado. Portanto, todos que tiveram contato com os presos desde então serão ouvidos", garantiu Vaz.

Sobre a revista feita na cela onde estão os acusados da morte de Décio Sá, onde foi denunciada a presença de uma suposta "garota de programa em companhia de Buchecha", o comandante-geral da PMMA, coronel Franklin Pacheco, negou o fato. "Não é verdade que uma garota de programa teve acesso à cela. O que houve foi a apreensão dos chips e celulares em poder dos acusados da morte do jornalista. A revista, vale ressaltar, foi solicitada pelo próprio Comando Geral à Secretaria de Segurança Pública, pois já tínhamos informações sobre a presença desses telefones móveis, portanto, não foi uma surpresa", disse Pacheco.

Os agiotas Gláucio Carvalho e José de Alencar Carvalho são acusados de encomendar e financiar ao valor de R$ 100 mil a morte do jornalista Décio Sá, executado com cinco tiros de pistola calibre ponto 40, na noite do dia 23 de abril de 2012. O crime foi praticado pelo pistoleiro paraense Jhonatan de Sousa Silva, de 24 anos, contratado, segundo a Polícia Civil, por intermédio do empresário Fábio Aurélio e Silva (o Buchecha).

Outras nove pessoas foram denunciadas pelo Ministério Púbico Estadual como partícipes do crime que, conforme as investigações, foi agenciado porque a vítima passou a denunciar o esquema de agiotagem no estado, inclusive com participações em crimes de homicídios.

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