Maranhão mostra produtos na Expo Brasil em Brasília

Atualizada em 27/03/2022 às 15h26

A convite do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura, IICA, e do governo do Estado, através do Núcleo Estadual de Programas Especiais - NEPE/Comunidade Viva -, produtos derivados do coco babaçu, fabricados na região do Médio Mearim, e o sabonete de andiroba de Axixá, vão ser apresentados na exposição de produtos e serviços relacionados ao desenvolvimento local, em Brasília.

A exposição faz parte da primeira edição da Expo Brasil Desenvolvimento Local – 2002, uma iniciativa da Rede DLIS, Rede de Desenvolvimento Local Integral e Sustentável, para estimular as iniciativas de desenvolvimento local no país, que reunirá de 20 a 23 deste mês, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, cerca 1.500 representantes da sociedade civil, empresas e entidades governamentais de todo o Brasil.

Os produtos maranhenses foram escolhidos pelo NEPE para participar da Expo Brasil por serem produzidos por associações de comunidades e de trabalhadoras rurais, como exemplos de desenvolvimento local sustentável. Segundo a Rede DLIS, o conceito é o de que “a comunidade decide o que é melhor para ela e consegue promover uma estratégia que soma esforços e recursos de parceiros públicos e privados”.

Sabonete de Andiroba - A Associação dos Produtores de Andiroba de Axixá funciona há dois anos, reunindo 45 famílias dos povoados de Burgo, Santa Rosa, Ribeirão, Muni-Mirim, Santa Maria e Guaperiba. O pleito da comunidade foi atendido pelo NEPE/Comunidade Viva que financiou a construção de uma unidade de produção e contou com o apoio do Sebrae e da Gerência Regional de Rosário.

A mini-indústria entrou em funcionamento em maio do ano passado, com capacidade para industrializar 20 mil unidades/mês. As famílias já conseguiram atingir a metade desta capacidade e estão fabricando mensalmente 10 mil sabonetes.

De acordo com Francerli Santos Neres, presidente da Associação, a entidade está criando uma cooperativa para possibilitar a venda no atacado e a exportação: “a cooperativa pretende envolver todas as comunidades de Axixá que trabalham com o processamento do produto, para que as famílias possam obter renda”, informou a presidente da Associação.

Para Sônia Campos, uma das idealizadoras e incentivadoras da criação da Associação de Axixá para a produção do sabonete de andiroba, “essa mini-indústria foi um projeto que deu certo, está atingindo as expectativas”.

Exportação de subprodutos do Babaçu - A Associação de Trabalhadores e Quebradeiras de Coco da Região do Médio Mearim, ASSEMA, que reúne quebradeiras de coco de seis municípios maranhenses, produz e exporta a “Linha Babaçu Livre”.

O óleo de babaçu é exportado para os Estados Unidos e Inglaterra. São 60 toneladas por ano. Também são destinadas anualmente ao mercado norte-americano 20 mil unidades do sabonete de babaçu. Até o final do ano, a ASSEMA começa a exportar a farinha de babaçu (mesocarpo) para a Itália.

A Associação gera emprego e renda direta para 800 famílias de quebradeiras, e indireta para duas mil famílias dos municípios de Peritoró, Lima Campos, Lago do Junco, Lago dos Rodrigues, São Luís Gonzaga e Esperantinópolis.

Sete agências de cooperação internacional dão apoio à atividade de produção da ASSEMA: Christian Aid, Action Aid e Oxford, na Inglaterra; Aveda e Grasrooth, nos Estados Unidos; Terre des Homme,na Suíça, e “Pão para o Mundo”, na Alemanha.

Segundo o coordenador técnico da Associação, Jaime Conrado, além da geração de renda, a ASSEMA tem como metas buscar o acesso às políticas públicas, atuando nas áreas de assentamento, e incentivar o consorciamento do manejo do babaçu com outras monoculturas, estimulando o convívio do agricultor com a quebradeira de coco, e evitando o desmatamento, já que uma palmeira leva 15 anos para se refazer.

Jaime Conrado destaca ainda que a Associação também luta pelo empoderamento da mulher quebradeira de coco, para que o seu trabalho seja reconhecido como produtivo e ela, valorizada como produtora.

Projetos - Além da exposição de produtos, o Maranhão vai participar da Expo Brasil no seminário “Construção de uma Estratégia de Desenvolvimento Sustentável para as comunidades excluídas”. Vão ser apresentados pelo IICA/NEPE o Projeto Identidade, voltado para as comunidades negras e indígenas, e o estudo de caso “Terra de Preto Santa Cruz”, uma área remanescente de Quilombos, no município de Buriti de Inácia Vaz.

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